Conheça 𝐍𝐙𝐈𝐍𝐆𝐀 𝐌𝐁𝐀𝐍𝐃𝐈 (𝘈 𝘳𝘢𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘭𝘶𝘵𝘰𝘶 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘢 𝘰𝘴 𝘱𝘰𝘳𝘵𝘶𝘨𝘶𝘦𝘴𝘦𝘴)
Nzinga Mbandi, também conhecida como Njinga Mbande, Rainha Njinga, ou ainda dona Ana de Sousa nome que lhe foi atribuído pelos Portugueses depois de ser batizada, foi uma importante líder do 𝐑𝐞𝐢𝐧𝐨 𝐝𝐨 𝐍𝐝𝐨𝐧𝐠𝐨 e do 𝐑𝐞𝐢𝐧𝐨 𝐝a 𝐌𝐚𝐭𝐚𝐦𝐛𝐚, localizados na região que actualmente corresponde Angola. Diplomata e chefe militar do século XVII, Nzinga Mbandi usou todos os seus meios para combater o poder colonial português em Angola. É considerada uma das maiores personalidades da resistência africana ao colonialismo. Ela é amplamente lembrada por seu papel na resistência contra a colonização portuguesa e por sua habilidade diplomática e estratégica.
De acordo com a tradição oral, o parto de sua mãe Guengela foi complicado pois Nzinga nasceu com o cordão umbilical enrolado em seu pescoço (𝑬𝒎 𝑸𝒖𝒊𝒎𝒃𝒖𝒏𝒅𝒐; 𝐊𝐮𝐣𝐢𝐧𝐠𝐚 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒊𝒈𝒏𝒊𝒇𝒊𝒄𝒂 𝒕𝒐𝒓𝒄𝒆𝒓 𝒐𝒖 𝒈𝒊𝒓𝒂𝒓). Tal facto na crença nativa era de que a pessoa seria alguém poderoso e orgulhoso.
𝑨𝒒𝒖𝒊 𝒆𝒔𝒕ã𝒐 𝒂𝒍𝒈𝒖𝒏𝒔 𝒂𝒔𝒑𝒆𝒄𝒕𝒐𝒔 𝒊𝒎𝒑𝒐𝒓𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒔𝒐𝒃𝒓𝒆 𝑵𝒛𝒊𝒏𝒈𝒂 𝑴𝒃𝒂𝒏𝒅𝒊:
𝐋𝐢𝐝𝐞𝐫𝐚𝐧ç𝐚 𝐞 𝐫𝐞𝐬𝐢𝐬𝐭ê𝐧𝐜𝐢𝐚:
Nzinga Mbandi assumiu o trono do Ndongo em 1624, após a morte do seu irmão. Ela liderou uma resistência feroz contra a ocupação portuguesa, que buscava expandir seu controlo sobre a região e estabelecer um comércio de escravos. Nzinga Mbandi organizou exércitos e formou alianças com outros grupos étnicos para lutar contra os portugueses.Filha de 𝐍𝐠𝐨𝐥𝐚 𝐌𝐛𝐚𝐧𝐝𝐢 𝐊𝐢𝐥𝐮𝐚𝐧𝐣𝐢, No seu reinado, lutou como soldado na frente do exército, provando a sua força.
𝐃𝐢𝐩𝐥𝐨𝐦𝐚𝐜𝐢𝐚 𝐞 𝐧𝐞𝐠𝐨𝐜𝐢𝐚çã𝐨:
Nzinga Mbandi também era conhecida por suas habilidades diplomáticas. Ela participou de negociações com os portugueses e outras potências europeias, buscando proteger a independência de seu reino, Em 1622, o então rei Ngola Mbande, irmão de Nzinga, enviou-a a Luanda para negociar um tratado de paz para a região do Ndongo com o governador português. Quando lá chegou, Nzinga recebeu um tapete em vez de uma cadeira para se sentar, o que significava que ela era considerada subordinada. Nzinga por sua vez ordenou que um dos seus servos se ajoelhasse no chão e servisse de cadeira. E continuou as negociações falando de igual para igual mostrando que ela era insubordinada.
𝐄𝐝𝐮𝐜𝐚çã𝐨:
Nzinga Mbandi falava várias línguas nativas, entre as quais o português. Era uma pessoa culta, tendo escrito ela própria todas as cartas enviadas aos governantes coloniais aquando das negociações. O seu contacto inicial com missionários e comerciantes portugueses é apontado como uma das razões para o seu conhecimento da língua portuguesa. Nzinga tinha uma grande sensibilidade para as questões diplomáticas e militares, o que jogou a seu favor no momento de lidar com os portugueses e os holandeses.
𝐏𝐫𝐨𝐦𝐨çã𝐨 𝐝𝐚 𝐜𝐮𝐥𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐞 𝐫𝐞𝐥𝐢𝐠𝐢ã𝐨:
Nzinga Mbandi valorizava e promovia a cultura de seu povo. Ela apoiou as artes, a música e a dança, além de incentivar a preservação das tradições e rituais locais. Ela também apoiou a religião tradicional africana, enquanto permitia a prática do cristianismo em seu reino.
𝐋𝐞𝐠𝐚𝐝𝐨 𝐡𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐜𝐨:
O legado de Nzinga Mbandi continua a inspirar muitas pessoas em Angola e em todo o continente africano. Ela é lembrada como uma figura corajosa e visionária que defendeu a liberdade de seu povo e lutou contra a opressão colonial. Sua liderança e resistência têm sido celebradas como exemplos de determinação, empoderamento feminino e orgulho cultural.Nzinga Mbandi é uma figura histórica importante que desempenhou um papel significativo na resistência contra a colonização portuguesa e na proteção da identidade e independência de seu povo. Seu legado continua a ser reverenciado como um símbolo de força e perseverança na luta pelos direitos e pela dignidade das pessoas africanas.
𝐒𝐮𝐠𝐞𝐬𝐭õ𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐥𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚:
-MATA, Inocência (Org.). Nzinga Mbandi: história, memória e mito. Lisboa: Edições Colibri, 2012.
-PANTOJA, Selma. Nzinga Mbandi: mulher, guerra e escravidão. Brasilia: Editora Thesaurus, 2000.
-PANTOJA, Selma. “Nzinga a Mbandi”. In: AKYEAMPONG, Emmanuel K.; GATES JR., Henry Louis (dir). Dictionary of African Biography. Oxford University Press, 2012, v. 4, p. 527-528.
-PARREIRA, Adriano. Economia e sociedade em Angola na época da Rainha Jinga. Lisboa: Editorial Estampa, 1990.
- PANTOJA, Selma. Jinga de Angola: a rainha guerreira da África. São Paulo: Todavia Editora, 2019.
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