Caso Lucas Terra: esposas testemunham a favor dos réus no 2º dia do júri popular em Salvador
Adolescente foi queimado vivo em 2001 e pastores da Igreja Universal são réus nos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
Após cerca de 10 horas, o segundo dia do júri popular do caso Lucas Terra foi encerrado às 19h desta quarta-feira (26). As esposas dos dois pastores acusados de matar e esconder o corpo do garoto de 14 anos testemunharam a favor dos réus no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.
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Lucas foi queimado vivo em 2001 e, 22 anos após o homicídio, os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva são julgados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Os três agravantes para o homicídio são: o motivo torpe, o emprego do meio cruel e a impossibilidade de defesa da vítima.
Fonte. G1.com
Lucas Terra — Foto: Reprodução/TV Bahia
Durante o julgamento desta quarta, nove das 10 testemunhas de acusação foram ouvidas - uma delas já havia prestado depoimento na terça. A defesa dos réus focou em demonstrar como era a rotina dos pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido na semana que Lucas desapareceu e foi encontrado morto.
As esposas dos dois religiosos contaram que estavam com os réus no dia em que Lucas teria desaparecido, na noite de 21 de março de 2001.
Além disso, um bispo e dois pastores da Igreja Universal foram ouvidos e contaram que Lucas era um jovem dedicado a religião e que os fiéis da igreja se comprometerem a procurar por ele após o desaparecimento.
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No primeiro dia do júri, cinco testemunhas de acusação e uma de defesa foram ouvidas. Segundo um dos advogados de acusação, Jorge Fonseca, a testemunha de defesa apresentou contradição na fala. Por isso, os advogados de acusação pediram acareação, ou seja, que a testemunha prestasse depoimento novamente - o que deve ocorrer na quinta (27).
"Verificamos inconsistências no depoimentos de algumas testemunhas com o dele, então a acareação serve para pôr em cheque e esclarecer o depoimento", explicou o advogado Jorge Fonseca.
Entre as testemunhas de acusação ouvidas no primeiro dia, estava a mãe da vítima, Marion Terra, que se emocionou bastante durante o depoimento. Por ter sido testemunha na terça (25), Marion não pôde participar do segundo dia do júri. Ela esteve no Fórum Ruy Barbosa nesta quarta, mas foi embora antes da sessão começar.
Além de Marion, outras testemunhas deram seus depoimentos. Uma das testemunhas afirmou que viu Lucas na noite em que ele desapareceu, na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), no bairro da Santa Cruz, e recebeu da vítima a informação de que ele estaria com Silvio Galiza.
Outra testemunha disse que recebeu orientação de um pastor da IURD para suspender as buscas por Lucas Terra, que eram feitas por familiares e amigos, de modo independente.
Expectativas para terceiro dia
Na quinta-feira (27), acontecerá o terceiro dia do júri popular. A expectativa é que a testemunha de defesa que apresentou contradição seja ouvida novamente para esclarecer se houve falso testemunho ou não.
Além disso, os réus serão ouvidos e a fase de debates, iniciada. Essa fase do julgamento costuma ser a mais demorada e pode chegar a cerca de nove horas de duração. Há a possibilidade do resultado do julgamento ser deferido ainda na quinta, um dia antes do previsto.
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