Pessoas em situação de rua visitam o Cristo Redentor
A ação, iniciativa do Consultório na Rua, no Centro da cidade, buscou oferecer uma experiência de lazer ao grupo em vulnerabilidade social
Sete pessoas em situação de rua visitaram o Cristo Redentor na última quinta-feira (23), apenas uma já conhecia o ponto turístico. A ação, uma iniciativa do Consultório na Rua, parceira da Clínica da Família Nélio de Oliveira, buscou proporcionar uma experiência de lazer ao grupo marginalizado, localizado nas ruas da Praça Mauá e Santo Cristo, no Centro da cidade, onde também fica o projeto
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Miriani Costa, assistente social da unidade central do Consultório na Rua, foi quem sugeriu a visitação após perceber uma piora na vulnerabilidade das pessoas atendidas por sua equipe, composta por oito profissionais mulheres. Segundo ela, o Cristo foi escolhido não só pela representatividade turística, mas também por ser um lugar espiritual.
— A maioria dos nossos pacientes é dependente química, principalmente de álcool, cocaína e crack. As cenas de uso pelo Centro estão cada vez piores e, por isso, estamos tentando investir nas experiências de lazer, distanciar essas pessoas dos territórios onde vivem e têm acesso às drogas.
A equipe de Miriani atende pelo menos 1 mil usuários de Leopoldina a Presidente Vargas. No dia da visitação, por uma questão estratégica, apenas sete puderam ir, pois, assim, cada integrante do Consultório na Rua iria se responsabilizar por um visitante.
A iniciativa do Consultório na Rua buscou levar esperança às pessoas em vulnerabilidade social. — Foto: Divulgação
A enfermeira Marta Cascon, colega de Miriani, explica que a ideia era criar um momento único para todos, algo que pudesse oferecer esperança.
— Há algumas semanas vivenciamos muito sofrimento em nosso território, com perdas significativas para o álcool e outras drogas. Senti a possibilidade de ofertar um espaço onde eles pudessem compartilhar um momento único para todos. Isso trouxe lembranças, conhecimento e desejo de realizar planos, afastando-os, mesmo que por um período de tempo, dos espaços de vulnerabilidade para o uso das drogas — diz Marta.
Técnica de enfermagem da equipe, Rizoneide Braga completa que a iniciativa foi um plano terapêutico.
— Poder compartilhar esses momentos com os usuários foi extremamente gratificante, uma experiência única com altas doses de afeto, respeito e carinho. Essas pessoas perceberam que tinham direito de ocupar aquele espaço, deu para reconhecer isso pelo brilho no olhar e sorriso deles. Isso é saúde, é política pública, é redução de danos e inclusão — reforça.
O Consultório na Rua, instituído pela Política Nacional de Atenção Básica, surgiu há 11 anos e é dedicado ao atendimento de pessoas em vulnerabilidade social. Atualmente, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mantém 10 equipes do Consultório na Rua, que atuam em 55 bairros da cidade. As equipes são compostas por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, agente social, psicólogo, assistente social e, em algumas equipes, também com terapeuta ocupacional.
Fonte.Jornal O Globo
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A ação, iniciativa do Consultório na Rua, no Centro da cidade, buscou oferecer uma experiência de lazer ao grupo em vulnerabilidade social
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