Papa aceita renúncia de influente cardeal cinco meses após acusação de assédio sexual


Cardeal Marc Ouellet assiste à missa do Papa para Nossa Senhora de Guadalupe na basílica de São Pedro no Vaticano
Cardeal Marc Ouellet assiste à missa do Papa para Nossa Senhora de Guadalupe na basílica de São Pedro no Vaticano Foto: Andreas Solaro/AFP
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O Papa Francisco aceitou a renúncia do influente cardeal canadense Marc Ouellet nesta segunda-feira, cinco meses após ele ser acusado de assédio sexual quando era arcebispo de Québec, informou o Vaticano. A justificativa apresentada, porém, foi que o purpurado de 78 anos atingiu o limite de idade para a aposentadoria.

Prefeito do Dicastério para os Bispos há uma década e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, Ouellet será substituído pelo monsenhor americano Robert Francis Prevost, atual bispo de Chiclayo, no Peru, que tomará posse em abril. Prevost também terá a responsabilidade de presidir a Comissão para a América Latina, órgão da Santa Sé para a região.

A saída de Ouellet, que ocupou um dos cargos mais importantes do governo do Vaticano, ocorreu depois que ele foi acusado, em agosto, de toques inadequados em uma bolsista entre 2008 e 2010, quando era arcebispo de Québec. Ele "negou categoricamente" essas acusações, as quais qualificou de "difamatórias", e disse que estava disposto a participar de um julgamento para provar "sua inocência".

À época, o Papa Francisco considerou que "os elementos eram insuficientes para abrir uma investigação canônica", e o cardeal permaneceu no cargo. Nesta segunda-feira, porém, a diocese de Québec confirmou à AFP a existência de uma segunda denúncia contra o cardeal, apresentada por uma mulher em 2020. A acusação foi revelada há apenas duas semanas pelo semanário Golias.

O cardeal canadense foi considerado um dos maiores críticos internos do Papa Francisco, foi contra a ordenação de mulheres ao sacerdócio e sempre promoveu as posições mais conservadoras da Igreja Católica sobre casamento homoafetivo, aborto e outras questões sensíveis.

Marc Ouellet foi citado entre os favoritos no último conclave de 2013, no qual o então cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito Papa.

Fonte Jornal Extra

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