Decreto assinado pelo prefeito Rogerio Lisboa foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial.
Por g1 Rio
Rio Botas sobe, deixa ruas alagadas e inunda casas em Nova Iguaçu
A Prefeitura de Nova Iguaçu decretou situação de emergência na noite deste sábado (2) após as forte chuvas que atingiram a cidade da Baixada Fluminense.
O decreto assinado pelo prefeito Rogerio Lisboa foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial.
A cidade registrou um acumulado pluviométrico de 166 mm em 4h e cerca de 222 mm em 24h.
"Houve sérios danos a imóveis públicos e privados por conta das ocorrências de alagamentos, inundações, enxurradas e deslizamentos, afetando cerca de 800 mil pessoas", diz a nota enviada pela prefeitura.
Rio Botas transbordou em Nova Iguaçu — Foto: Reprodução/TV Globo
Rio Botas transbordou
Em Nova Iguaçu, a chuva fez o Rio Botas transbordar deixando bairros inteiros embaixo d’água.
“Precisamos de ajuda. Pelo amor de Deus. Por favor. Não temos mais nada. Acabou, os vizinhos, crianças, todos desabrigados”, disse uma moradora.
Mais de 200 pessoas ficaram ilhadas num salão onde havia uma festa de 15 anos.
Quando o dia amanheceu, o Hospital Estadual Ricardo Cruz estava completamente alagado. A água cobriu a recepção, invadiu a enfermaria e chegou na altura das tomadas.
O Globocop sobrevoou a região no fim da manhã deste sábado (2). Em alguns pontos, não dava para diferenciar o que era rio, o que era rua.
Muitas famílias ficaram completamente ilhadas. Muitos abandonaram as suas casas com água no pescoço. A força da água levou carros e destruiu ruas inteiras.
No fim da manhã, o Rio Botas começou a descer e permitiu que as pessoas pudessem começar a limpar as suas casas. É nessa hora que é possível ver esse acúmulo de lixo e sujeira nas margens do rio, que acaba contribuindo muito para que esse tipo de tragédia aconteça.
Emocionada, a moradora Aline Florentino conta que encontrou a casa arrasada.
“Não tenho nem palavras. Três filhos, mãe solteira. Um filho especial. Essa é minha situação. Perdi tudo, tudo. O pouco que eu tinha”.
Com pás, rodos e mangueiras, os moradores de Nova Iguaçu passaram a tarde trabalhando para retirar a água e a lama de dentro de casa.
“Perdi, na minha sala não tem nada. Tudo que tava aqui foi embora. Sofá... tudo lá fora pra jogar fora”, disse Jessica Menezes.
Em um mercado, muitos alimentos não podem mais ser aproveitados.
“Eu tô aqui há 39 anos e nunca tinha visto isso”, diz o comerciante Edmilson Ferreira.
A chuva deixou famílias inteiras, crianças e idosos desabrigados.
“Não tem uma drenagem. Não tem pra onde escorrer a água. Aconteceu isso aí, uma tragédia”, falou um morador.
Aposentada por invalidez, Cláudia da Silva diz que a água destruiu a cama, armários e eletrodomésticos.
“Muito difícil. E quando a gente não tem condições financeiras nem saúde, como é que fica? Não sei o que fazer”.
Ela, que passou por uma cirurgia nas pernas, reclama de dores insuportáveis e não tem nem mesmo um colchão onde possa deitar.
“É muito triste você lutar. Já não tem saúde, paga imposto dessa casa para poder chegar nessa situação. E agora? Como eu vou dormir?”.
O que dizem os citados
Sobre o hospital alagado, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a água não causou prejuízos aos pacientes, nem danos nos equipamentos. Equipes do hospital estão limpando o hospital.
A Prefeitura de Nova Iguaçu disse que está com equipes nas ruas para atender a população. A Defesa Civil registrou 196 ocorrências, 321 pessoas desalojadas e 26 desabrigadas.
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