Irritados com a resposta da Covid, brasileiros protestam contra o Bolsonaro


Manifestantes participam de um protesto contra o governo do presidente brasileiro Jair Bolsonaro no centro do Rio de Janeiro, Brasil, em 24 de julho de 2021.
Manifestantes participam de um protesto contra o governo do presidente brasileiro Jair Bolsonaro no centro do Rio de Janeiro, Brasil, em 24 de julho de 2021. Carl de Souza AFP

aneiro (AFP)

Dezenas de milhares de brasileiros foram às ruas no sábado para exigir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, que está enfrentando uma pressão crescente enquanto a pandemia cobra um número devastador.

Foi o quarto fim de semana de protestos convocados por partidos políticos de esquerda, sindicatos e grupos sociais contra Bolsonaro, que está sendo investigado por ter feito vista grossa a um esquema de desvio de recursos do governo na compra de vacinas.

Marchas de protesto foram planejadas em 400 cidades e vilas.

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas com roupas vermelhas e máscaras faciais desfilaram com faixas com slogans repreendendo o líder em guerra, incluindo "Ninguém aguenta mais" e "Saia do crime corrupto".

Os organizadores disseram que fazem parte de uma jornada destinada a galvanizar o país "em defesa da democracia, da vida dos brasileiros e da saída do Bolsonaro".

No Rio e em outros lugares, os manifestantes reclamaram do início tardio do programa de vacinação do Brasil e da alta taxa de desemprego, e exigiram mais ajuda emergencial para os pobres que lutam com a pandemia.

“É muito importante que todos os que se sentem ofendidos ou oprimidos por este governo saiam às ruas, porque precisamos lutar pelo retorno à democracia”, disse à AFP Laise de Oliveira, assistente social de 65 anos.

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A imprensa brasileira publicou imagens e reportagens de ruas apinhadas de manifestantes anti-Bolsonaro em 20 dos 26 estados brasileiros até o início da tarde.

- Registro de baixa aprovação -

Nem os organizadores nem as autoridades divulgaram uma estimativa geral do número de pessoas presentes nas marchas.

Mas grandes manifestações foram planejadas em São Paulo, a cidade mais populosa do Brasil com 12,3 milhões de habitantes, e na capital Brasília.

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Bolsonaro, criticado por comentários a favor da exploração de áreas protegidas da Amazônia, suas opiniões sobre armas e um ambicioso programa de privatização, está enfrentando seu pior período desde que chegou ao poder em 2019.

Seu índice de aprovação está em um recorde de 24%, e as pesquisas sugerem que ele pode perder a eleição presidencial de outubro para seu principal rival, o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, cujo Partido dos Trabalhadores foi uma das forças por trás das manifestações de sábado.

O Brasil já sofreu quase 550 mil mortes por causa da Covid, número superado apenas pelo dos Estados Unidos, que tem quase 120 milhões de habitantes a mais.

Bolsonaro é famoso por rejeitar a crise de saúde, a necessidade de usar máscaras faciais e as medidas de bloqueio para impedir a propagação do vírus.

Mas Bolsonaro ainda tem apoio suficiente no Congresso para bloquear essas iniciativas, inclusive do presidente da Câmara, que decide se as denúncias podem prosseguir.

Fonte.https://www.france24.com/en/li

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