terça-feira, 9 de junho de 2020

PM suspeito de agredir médica é afastado das ruas pela corporação

PM foi afastado das ruas


O sargento da Polícia Militar Luiz Eduardo dos Santos Salgueiro, de 43 anos, suspeito de ter agredido a médica Ticyana D'Azambuja, no Grajaú, Zona Norte do Rio, foi afastado de atividades de policiamento nas ruas pela corporação. Ele permanecerá realizando somente atividades burocráticas até o final das investigações. Salgueiro permanece lotado no Batalhão de Choque. O comando da unidade, entretanto, já pediu a transferência do agente para a Diretoria Geral de Pessoal (DGP) — conhecida como a "geladeira" da corporação.

A médica relata ter sido agredida por frequentadores de uma festa que ocorria em uma casa no bairro do Grajaú no último sábado, entre eles o sargento Salgueiro. Ticyana afirma ter decidido ir até a residência para tentar acabar com a comemoração. Ela afirma ter tocado no interfone e conversado com quem lhe atendeu, mas seu pedido não foi atendido. A médica, então, quebrou o espelho retrovisor e trincou o para-brisa do carro de policial militar, que estava estacionado em cima da calçada. Segundo ela, depois disso, alguns homens saíram da casa, entre eles o PM, e as agressões tiveram início.

Ticyana fica caída ao chão ao lado do carro do PM (de preto). Na foto, só é possível ver parte de sua perna
Ticyana fica caída ao chão ao lado do carro do PM (de preto). Na foto, só é possível ver parte de sua perna

Salgueiro é o dono do carro de luxo que teve os vidros quebrados por Tyciana. Em depoimento na 20ª DP (Vila Isabel), o sargento alegou não ter visto Tyciana ser agredida. Um vídeo publicado nas redes sociais, entretanto, mostra o agente presenciando o momento em que a médica é derrubada no chão.

Nas imagens, ele segue o grupo que carrega a médica e vê ela ser jogada no chão. O agente é o proprietário do SUV importado, uma Mini Cooper Paceman de 2014, avaliada em R$ 100 mil, atrás do qual a médica está caída nas imagens.

O PM é investigado tanto pela Polícia Civil quanto pela Corregedoria da PM, que já recebeu uma cópia do depoimento. O órgão também investiga agentes que chegaram ao local e não levaram a mulher e os agressores para a delegacia.

Enquanto mulher de calça vermelha puxa os cabelos da médica, homem de blusa amarela dá socos em Ticyana
Enquanto mulher de calça vermelha puxa os cabelos da médica, homem de blusa amarela dá socos em Ticyana

Relembre o caso

Segundo Tyciana, ela havia chegado em casa de um plantão de 24 horas e assumiria outro à noite. Queria descansar, mas não conseguiu por conta do barulho que vinha de uma casa na mesma rua. A médica contou que já havia feito denúncias sobre festas anteriores no mesmo local que não surtiram nenhum efeito. No sábado, decidiu ir até a residência. Tyciana diz que tocou o interfone, pedindo que a comemoração parasse mas não foi atendida. A profissional de saúde então quebrou com um martelo o para-brisas e o espelho retrovisor de um carro que estava na calçada e que pertence ao PM Luiz Eduardo dos Santos Salgueiro. Depois disso, contou a médica, alguns homens saíram da casa, entre eles o PM, dando início às agressões.

"Foi errado. Foi impensado. Foi estúpido. Mas sou humana e fiz uma besteira contra um bem material de outra pessoa. Não foi um ato contra nenhum outro ser humano, isso eu sou incapaz de fazer. 5 marmanjos (me lembro de uns 5) saíram, e obviamente, bêbados e drogados, típicos 'cidadãos de bem', não estavam para conversa. Apavorada, vi o potencial da besteira que fiz e saí correndo. Me agarraram em frente ao Hospital Italiano. Me enforcaram até desmaiar. Me jogaram no chão e me chutaram. Quando retornei à consciência, gritava por Socorro! Isso aconteceu no dia 30 de Maio por volta de 17h, em plena luz do dia", relatou a médica numa postagem na rede social.

Via Jornal Extra.


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