domingo, 26 de abril de 2020

Flávio Bauraqui: "O ser humano precisa se renovar para não criar mofo"


Flávio Bauraqui (Foto: Divulgação)
Com elogiada trajetória no cinema e passagens por Faroeste Caboclo (2013), Quincas Berro D'Água (2010) e Madame Satã (2002), Flávio Bauraqui é destaque em Malhação, em que interpreta o professor Samuel. Aos 50 anos, fala sobre a carreira e sonhos profissionais que pretende realizar.
"Não deixo a vida me levar, porque se deixar ela leva. Tem que dar uma direcionada. No trabalho, o que eu mais gosto de diversificar. Ficar na zona de conforto me incomoda. Gosto do que me desafia. Se é para ser ator, o barato é poder estar sempre em uma situação diferente. Esta é a grande vantagem da profissão", disse o ator.
Flávio Bauraqui (Foto: Divulgação)
QUEM: A atual temporada Malhação está na reta final. Como foi participar?
FLÁVIO BAURAQUI: 
Trabalhar com jovens é uma renovação. Não só de técnica, mas sobretudo pela força e a vontade que eles têm. O ser humano precisa se renovar para não criar mofo. A turma da atual temporada se revelou grandes atrizes e atores. Eles são muito carismáticos. A temporada acaba logo no comecinho de agosto.
QUEM: Esta não é a primeira temporada de que participa.
F.B.: 
Não, é a terceira. Em 2004, participei fazendo um personagem chamado Tião, era um vilão. Depois, em 2010, voltei a trabalhar em Malhação. Era a temporada com o Fiuk. Nesta atual temporada, falamos muito sobre educação. É muito importante falar sobre esse tema.
QUEM: Você se preocupa com questões educacionais?
F.B.:
 Não tenho filhos, mas sou bem preocupado. Fui diretor de uma entidade voltada ao bem-estar do menor. Já dei aulas de teatro e revisitei um pouco um momento da minha vida pessoal fazendo o Samuel. Sempre procuro encontrar uma semelhança entre os personagens. Como ele, já tinha dado aulas.
QUEM: Como pretende selecionar seus trabalhos?
F.B.: 
Não deixo a vida me levar, porque se deixar ela leva. Tem que dar uma direcionada. No trabalho, o que eu mais gosto de diversificar. Ficar na zona de conforto me incomoda. Gosto do que me desafia. Se é para ser ator, o barato é poder estar sempre em uma situação diferente. Esta é a grande vantagem da profissão.
QUEM: Você tem uma carreira diversificada. Tem um papael que seria seu papel dos sonhos?
F.B.:
 Já fiz muitas coisas, mas gostaria de fazer um vilão na TV. Não quero um vilão óbvio, tenho vontade de fazer um vilão não óbvio, daqueles que entram na metade da novela e chegam causando.
Flávio Bauraqui caracterizado como Samuel em 'Malhação' (Foto: Divulgação)
Flávio Bauraqui caracterizado como Samuel em 'Malhação' (Foto: Divulgação)
QUEM: Quais seus planos de trabalho para depois de Malhação?
F.B.:
 Voltarei a interpretar Cartola. Já vai começar a fase de ensaios. Ele é um papel muito importante para mim. Já fiz uma montagem e a peça terminou precocemente por várias questões. Na época, fiquei triste e me pegava pensando: ‘O que faço com tudo isso?’. Era uma lacuna de tanto tempo de estudos. Também sou cantor e estou interessado em fazer mais música. Também recebi uma proposta para dirigir uma peça. Estou propenso a aceitar. Gosto de trabalhar em projetos sérios, não como caça-níquel (risos).
QUEM: Você tem 50 anos e aparenta bem menos. É preocupado com o físico?
F.B.:
 É uma questão genética. Sou negro e acho que a melanina influencia nessa questão de não aparentar idade. Quando chegava com a minha mãe, toda gata, em algum lugar, as pessoas achavam que era minha irmã (risos).
QUEM: Tem cuidados específicos?
F.B.:
 Não sou de me acabar. Bebo muita água e tenho uma alimentação e qualidade. Fora isso, dou muito risada. Tenho bom humor. O fato de aparentar menos idade fez com que demorasse a ser pai na ficção. Isso me dá uma longevidade na carreira.
QUEM: A instabilidade da profissão já te preocupou?
F.B.: 
Na época que eu não tinha grana, tive muito apoio da minha família. Minha família é muito humilde. Minha mãe entendeu que era importante apoiar. Na grana, eu fui me virando. Tive que juntar uma grana para vir para o Rio e desde que entrei nesse meio tive que pensar em muitos planos B. Foi nessa época que dei aulas, mas nunca desisti do plano A.
Flávio Bauraqui (Foto: Divulgação)

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