sábado, 14 de março de 2020

Organizar a mobilização popular para fazer frente à epidemia e à crise capitalista

Organizar a mobilização popular para fazer frente à epidemia e à crise capitalista

"A política do governo para enfrentar a crise é clara: usar os poucos recursos econômicos disponíveis para salvar os grandes capitalistas e os bancos, inclusive as empresas estrangeiras, ao mesmo tempo em que acentua o ataque às condições de vida da população trabalhadora em geral. É isto o que já está sendo feito nos EUA e na Europa", escreve o presidente do PCO.
Passageiros com máscara em precaução ao coronavírus no Aeroporto de Guarulhos

A epidemia de Coronavírus foi o estopim para deflagrar uma crise econômica de proporções ainda difíceis de prever. Neste momento, o mundo enfrenta duas grandes crise: uma de saúde pública e outra econômica, relacionadas, mas independentes em seus efeitos e desenvolvimento.
O caso italiano - o país é hoje o principal foco da pandemia mundial - é esclarecedor. Em primeiro lugar, os governos de todo o mundo foram pegos de surpresa, ou subestimaram criminosamente, o perigo. Segundo, estão completamente despreparados para dar conta da situação. Terceiro, a debilidade das instituições públicas e dos serviços sociais, depredados pela política neoliberal, torna ainda mais difícil o combate à situação. Quarto, a debilidade do regime econômico capitalista global agrava toda esta situação. Quinto, a prioridade dos governos não é salvar o seu próprio povo, mas salvar os capitalistas que afundam.
Em dados atuais, a Itália - um dos países mais ricos e desenvolvidos do planeta, apresenta no momento em que escrevemos uma taxa de mortalidade do vírus de 7%. São 17.660 infectados e 1.266 mortos. Desde quinta-feira, fecharam todos os bares e restaurantes, até dia 25. Todo o comércio está fechado e há fila para entrar nos supermercados. Mundialmente, a letalidade é de quase 4%. Bem diferente de uma simples gripe, como haviam anunciado. Pior, as sequelas para os casos mais graves são irreparáveis. Nos próprios países europeus, a previsão de infecção chega a 70% da população, como foi anunciado pelo governo da Alemanha, um dos três países mais ricos do mundo.
Em S. Paulo, Estado mais rico e um dos mais populosos do País, com 46 milhões de habitantes, a secretaria de Saúde prevê de 450.000 a 4,5 milhões de pessoas atingidas. Trata-se, obviamente, de uma fantasia, se compararmos a situação com os países europeus. Aqui, as taxas de infecção e de mortalidade serão ainda maiores do que na Europa, dada a pobreza geral, a destruição econômica e a liquidação do serviço de saúde pública.
Acresça-se o fato de que os governantes são indivíduos como João Dória, Jair Bolsonaro, Wilson Witzel etc., verdadeiros vampiros políticos que já deram mostras abundantes de ter uma política de extermínio da população e temos uma imagem relativa da hecatombe iminente que ameaça todos os brasileiros.
A crise capitalista, em pleno desenvolvimento no País, desde o golpe de 2016, vai se agravar de uma maneira igualmente imprevisível. A retração econômica vai agravar todos os pontos  sensíveis da economia brasileira: dívida pública, evasão de capitais, recessão etc.

Rui Costa Pimenta

Fundador e presidente nacional do PCO (Partido da Causa Operária)
Fonte. Brasil247.com



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nova Iguaçu realiza Dia D Vacinação contra a gripe

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu (Semus) vai fazer, neste sábado (13), uma grande mobilização para participar do Dia D de Vaci...