asma grave como tratar
SAÚDE PÚBLICA
Omalizumabe é um medicamento de uso contínuo para pacientes com asma grave. (Fot: Alex Silva/SAÚDE é Vital)
A Comissão
Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Público de Saúde (Conitec)
aprovou a inclusão no SUS do primeiro remédio indicado especificamente para
asma grave. Produzido pela farmacêutica Novartis, o omalizumabe é um
medicamento biológico e será disponibilizado nos hospitais públicos de
referência a partir do final de junho de 2020, segundo o Ministério da Saúde.
Antes de
falarmos sobre a ação dessa droga (já disponível no sistema privado), é
necessário entender o que é a asma grave. De acordo com a alergologista Yara
Arruda Marques Figueiredo Mello, da Associação Brasileira de Asmáticos (Abra),
ela pode ser definida como uma versão da doença de difícil controle, com
sintomas mais intensos e frequentes e que pode levar à morte.
Para quem
não sabe, a asma é uma enfermidade inflamatória sem cura que acomete os
pulmões. Durante uma crise, o indivíduo apresenta sintomas como tosse, chiado
no peito e falta de ar.
Estima-se
que 300 milhões de pessoas são asmáticas no mundo, sendo 20 milhões
brasileiras. De 5% a 10% dos casos possuem asma grave.
Yara conta
que alguns portadores da asma até sofrem com crises mais fortes, porém
conseguem evitar essas repercussões ou ao menos amenizá-las consideravelmente
se mantiverem o tratamento em dia. E sim: esse problema respiratório exige
medicação constante, inclusive quando os sintomas somem.
“Mas existe
uma parcela pequena de pacientes que não responde à terapia-padrão
adequadamente. A gente faz tudo conforme os protocolos, a pessoa adere ao
tratamento e, mesmo assim, fica difícil controlar”, relata a especialista. “Há
estratégias mais modernas e diferenciadas que só recomendamos para esse grupo específico”,
afirma. É aí que entra o omalizumabe.
Asma é um
problema sério, mas brasileiros desconhecem seus riscos
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maio 2019 - 10h05
Como o
omalizumabe age contra a asma grave
O tratamento
para essa encrenca se divide em dois. Há os medicamentos utilizados durante a
manifestação dos sintomas para tentar aliviar a crise e os de uso contínuo. É
nessa segunda categoria que entra o omalizumabe.
Seu
diferencial, no entanto, é ser um anticorpo monoclonal anti-IgE. Oi? Calma que
vamos explicar.
Entre os
vários componentes do nosso sistema imunológico, existe o anticorpo IgE, que,
em doses normais, ajuda a combater infecções. O problema é que, em gente com
alergia, o simples contato com ácaro, poeira, fumaça de cigarro e outras
substâncias alérgenas promove um aumento expressivo da produção de IgE. É como
se o organismo reconhecesse esses componentes como grandes inimigos e
desencadeasse uma reação desproporcional.
Na asma,
essa superativação das nossas defesas naturais afeta o funcionamento dos
brônquios. A função do omalizumabe, portanto, é bloquear a ação do anticorpo
IgE. Com isso, há uma queda no risco de o contato com substâncias alérgenas
gerar essa resposta exagerada do organismo. O medicamento deve ser aplicado na
veia a cada 15 ou 30 dias e os efeitos colaterais são mínimos.
Para Yara, a
novidade traz ganhos na qualidade de vida por diminuir as crises de asma grave
e minimizar sua intensidade. “Falando em repercussão socioeconômica, esses
pacientes oneram o sistema, porque são internados muitas vezes. Embora a
medicação também tenha um custo alto, o impacto econômico será positivo”, opina
a profissional.
Fonte. https://saude.abril.com.br/
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