Professores processam Weintraub no STF por espalhar fake news sobre plantações de maconha nas universidades
O Sindicato
dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg) entrou nesta
segunda-feira (25) com uma ação cautelar contra o ministro da Educação, Abraham
Weintraub, no STF (Supremo Tribunal Federal). Os profesores querem que o
ministro explique judicialmente o teor das suas mais recentes e absurdas
declarações
O ministro
da Educação, Abraham Weintraub
O ministro
da Educação, Abraham Weintraub (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Rede
Brasil Atual - O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás
(Adufg) ingressou hoje (25) com ação cautelar contra o ministro da Educação,
Abraham Weintraub, no Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se de uma
interpelação judicial para que o titular da pasta se explique sobre o teor das
suas mais recentes e absurdas declarações.
A entidade
quer que Weintraub, que chefia um dos ministérios mais importantes, explique
quais seriam as universidades a que ele se referia quando afirmou que possuem
“plantações extensivas de maconha”. E também denomine que universidades
estariam “desenvolvendo laboratório de droga sintética”. Na ação, a Adufg
questiona ainda quais são os meios de prova pelos quais o ministro tomou
ciência desses fatos e quais medidas Weintraub adotou após ciência dos supostos
fatos.
“O ministro
da Educação mentiu ao fazer estas declarações. É um absurdo que o responsável
pela educação no país propague mentiras e falácias. Ele precisa entender que
suas falas possuem consequências. Nós produzimos ciência. Isso é um desrespeito
com a comunidade acadêmica”, disse, por meio de nota, o presidente da
associação, Flávio Alves da Silva, referindo-se à importância da interpelação.
Danos morais
Para os
advogados Igor Escher e Elias Menta, as reiteradas agressões do ministro ferem
a autonomia universitária e a honra e moral coletiva de professores de todas as
universidades e institutos federais do Brasil. Por essa razão, ingressaram com
essa ação cautelar em busca de uma retratação de Weintraub. Eles também estão
preparando uma ação reparatória pelos danos morais causados. Os advogados
entendem que as declarações do ministro extrapolam “qualquer moralidade e
probidade que um gestor do primeiro escalão do Poder Executivo deveria ter,
sobretudo como Ministro da Educação, cujo papel primordial é aprimorar a
educação e as universidades públicas, não depreciar sua imagem, especialmente
quando não se comprova nada do que fora dito”.
Na última
quinta-feira (21), Abraham Weintraub disse ao Jornal da Cidade que as
universidades são “madraças de doutrinação” e “têm plantações extensivas” de
maconha, além de os laboratórios de química estarem desenvolvendo droga
sintética, a metanfetamina.
No dia
seguinte, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (Andifes) divulgou nota, segundo a qual Weintraub “parece nutrir ódio pelas
universidades” e que “ultrapassa todas as fronteiras que devem limitar,
sobretudo, os atos de um gestor público”. A entidade afirma estar tomando “as
providências jurídicas cabíveis para apurar eventual cometimento de crime de
responsabilidade, improbidade, difamação ou prevaricação” do ministro da
Educação.
Fonte. Brasil247.com
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