Morales diz que não participaria de eleições e questiona: "Por que tanto medo do Evo?"
Por Diego Oré e Frank Jack Daniel
Ex-presidente Evo Morales em
entrevista à Reuters, na Cidade do México 15/11/2019 REUTERS/Edgard Garrido
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O
ex-presidente da Bolívia Evo Morales disse nesta sexta-feira que está disposto
a não participar de novas eleições após o governo de transição iniciar um
diálogo com a oposição para tentar tirar o país andino de uma crise política.
Embora as novas eleições
presidenciais ainda não estejam com data marcada, a presidente interina da
Bolívia, Jeanine Añez, afirmou que Morales não poderia participar, pois ele foi
acusado de fraude nas eleições de 20 de outubro, cujos resultados desencadearam
uma grave crise no país.
Se Morales voltar ao país, ele
deve enfrentar a Justiça, garantiu a presidente interina, que também disse que
as eleições devem ocorrer antes de 22 de janeiro.
“Pela democracia, se eles não
querem que eu participe, não tenho nenhum problema em não participar das novas
eleições. Só me pergunto por que tanto medo do Evo”, afirmou em entrevista à
Reuters na Cidade do México, onde está asilado depois de renunciar no domingo
passado.
Morales, que denunciou ter
deixado o cargo por causa de um golpe de Estado, disse que se a Assembleia
aprovar sua renúncia da Presidência, ele poderá retornar à Bolívia como cidadão
comum ou militante.
O ex-presidente afirmou que não
sabe quem poderia ser o candidato da esquerda se ele não participar das
eleições.
“Todos saem do povo, não da
cúpula”, disse ele, referindo-se aos candidatos de seu movimento.
A crise na Bolívia foi
desencadeada após denúncias de irregularidades nas eleições de outubro - nas
quais o líder indígena proclamou vitória - que levaram à renúncia de Morales,
em meio a pressões militares e fortes protestos.
Fonte. Reuters
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