Protestos no Chile deixam três mortos e 700 presos, apesar do toque de recolher para conter violência
Por Fabian Cambero e Aislinn Laing
SANTIAGO
(Reuters) - As violentas manifestações em várias cidades do Chile deixaram pelo
menos três mortos ao amanhecer deste domingo, apesar do toque de recolher
imposto pelos militares em Santiago e em dois outros polos urbanos para conter
protestos contra o aumento da tarifa do transporte, que resultaram em saques e
confrontos.
O presidente
chileno, Sebastián Piñera, suspendeu no sábado a alta da passagem de metrô que
detonou as manifestações na capital, que mais tarde se espalharam para outras
cidades do país.
A restrição
de movimento e reunião, aplicada em Santiago pela primeira vez desde o final da
ditadura de Augusto Pinochet, não impediu ações durante a noite com novos
incêndios e saques de estabelecimentos comerciais.
Os militares
vagavam pelas ruas em tanques e outros veículos, sobrevoados por helicópteros,
tentando evitar novos incêndios na rede de metrô, a mais moderna da América
Latina, que pode ter algumas linhas paralisadas por até quatro meses, disse
Louis de Grange, Presidente do Metro Board.
O ministro
do Interior, Andrés Chadwick, explicou que em uma cidade populosa no sul de
Santiago, duas pessoas morreram e uma foi gravemente ferida por um incêndio
após a pilhagem de um supermercado. O promotor Xavier Armendáriz confirmou a
morte de um homem em outro incêndio.
Durante a
madrugada, duas pessoas foram feridas a tiros em um posto de patrulha militar,
o que as autoridades militares disseram estar sendo investigado.
Chadwick
também informou que 716 pessoas foram presas em todo o país devido aos
tumultos, enquanto 244 foram detidas por violar o toque de recolher. Além
disso, ele não descartou a extensão do estado de emergência - em vigor na
região da capital, Valparaíso, Bío Bío, Coquimbo e O’Higgins - para outras
regiões, se necessário.
Fonte. Agência Reuters.Foto da PT org.com.br
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