Há muito tempo atrás uma bela moça vivia na Mata com seu pai com seu velho pai adotivo...Essa moça era Iansa dona de uma beleza extraordinária vivia para os fazeres domésticos, enquanto seu pai Odulece, que era um grande caçador, embrenhava-se pela floresta em busca de alimentos para ambos...Um dia Odulece partiu para uma caçada e demorou, muito mais que o comum, a noite caiu a madrugada se foi, o dia amanheceu,e nada do caçador aparecer...Iansa ficou desarvorada e saiu em disispero procurando pelo velho pai, Palmilhou cada canto da Mata durante três dias e três noites até encontrar o homem que a criava com tanto carinho, morto tinha sido atacado por uma fera e não tivera a chance alguma...Ali estava seu corpo dilacerado a dor consumiu Iansa, na visão daquela cena, suas lágrimas correram e de seu peito um grito rouco brotou...Nesse instante a Mata foi sacudida por uma ventania incontrolável, as folhas voavam, os troncos velhos e fortes balançavam açoitados pelo vento, que a tristeza de Iansa causava...Voltando para casa,a moça resolveu homenagear o homem que tanto bem lhe fizera...Para isso embrulhou todos os pertences do velho pai preparou suas iguarias preferidas e dispois tudo em círculos ali mesmo, em frente a casa que durante tantos anos dividiram...
Durante sete dias cantou e dançou em torno das oferendas, seus ventos espalhavam se pelos campos, matas e aldeias e todos puderam sentir a tristeza e a solidão de Iansa...Na sétima noite embrulhou tudo e, entre lágrimas depositou aos pés de uma árvore sagrada...
Olorum que a tudo vê e de tudo sabe, comoveu-se com tamanha dor e resolveu que aquela jovem merecia um destino melhor...Bateu com seu cajado transformou-a em Orixá;Iansa ganhou a imortalidade e o cargo de guia dos Mortos nos caminhos sagrados...E foi a partir daí que Olorum definiu o ritual a que todos mortos tem direito: comida, cantos, danças, um espaço sagrado e uma mãe carinhosa para encaminha--los Iansa...
Eparrey Oyá
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