quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Etiópia diz que ao menos 78 morreram em protestos da semana passada


Etiópia diz que ao menos 78 morreram em protestos da semana passada
Por Giulia Paravicini
ADIS ABEBA (Reuters) - Ao menos 78 pessoas morreram nos protestos ocorridos na Etiópia na semana passada contra o tratamento de um ativista proeminente, disse a porta-voz do primeiro-ministro nesta quinta-feira.
Premiê etíope, Abiy Ahmed 22/10/2019 REUTERS/Tiksa Negeri
Billene Seyoum disse em uma coletiva de imprensa que 409 pessoas foram detidas devido aos tumultos, que há investigações em andamento e que tanto o saldo de mortes quanto o número de detidos pode aumentar.
    O premiê Abiy Ahmed foi recebido nesta quinta-feira por ao menos 700 manifestantes ao som de vaias durante uma visita a Ambo, local de episódios anteriores de violência localizado 100 quilômetros a oeste da capital Adis Abeba, relatam à Reuters por telefone três pessoas presentes.
    Quando o premiê chegou para uma reunião com políticos locais, apoiadores do ativista Jawar Mohammed reunidos diante da prefeitura bradaram “Fora, Abiy” e “Estamos com Jawar, Jawar é nosso herói”, segundo as pessoas presentes.
    Uma disse que os brados foram tão fortes que o primeiro-ministro deixou a reunião antes do tempo e foi retirado de Ambo em um helicóptero com um forte esquema de segurança.
    Assim que ele partiu, a calma voltou à cidade, disseram as testemunhas, acrescentando que ninguém se feriu durante os protestos.
    Apoiadores de Jawar foram às ruas na semana passada para protestar contra o tratamento que ele recebeu depois de dizer que policiais cercaram sua casa de Adis Abeba e tentaram retirar os seguranças destacados pelo governo.

    Multidões de jovens de seu grupo étnico oromo logo direcionaram sua revolta contra Abiy, que também é oromo, dizendo que ele os traiu ao maltratar Jawar.
    A capacidade de Jawar de organizar protestos de rua ajudou Abiy a chegar ao poder no ano passado.
    Billene disse que ao menos 78 civis morreram em “um ato muito insensato de violência” nas regiões de Oromiya e Harari e em Dire Dawa, cidade do leste do país, na semana passada.
    Desde sua nomeação, Abiy implantou reformas políticas abrangentes que lhe renderam prestígio internacional, mas também deu espaço a tensões longamente reprimidas entre os muitos grupos étnicos nacionais. Ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz neste mês por fazer as pazes com a Eritreia, inimiga de longa data da Etiópia.
    Até as eleições do ano que vem, Abiy terá que equilibrar as liberdades políticas crescentes e líderes autoritários que investem em bases de poder étnicas exigindo mais acesso a terras, poder e recursos para seus grupos.

    (Reportagem adicional de Tiksa Negeri)

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