Bolsonaro diz que pode criar novo partido se não resolver impasse com PSL
Presidente
Bolsonaro participa de evento em Abu Dhabi 27/10/2019 REUTERS/Satish Kumar
(Reuters) -
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que pode buscar criar
um novo partido se decidir deixar o PSL, legenda pela qual se elegeu no ano
passado, mas que vive uma disputa interna entre uma ala bolsonarista e outra
que defende o presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE).
“O ideal,
numa situação dessa, se por ventura não se chegar a um acordo, é um novo
partido, que agora, segundo informações que eu tive, você pode colher as
assinaturas de forma eletrônica, e eu não teria dificuldades de criar um
partido nesse sentido”, disse Bolsonaro a jornalistas nos Emirados Árabes
Unidos, uma das paradas de uma viagem por países da Ásia e do Oriento Médio.
Segundo
Bolsonaro, a situação do PSL “é grave”. Na semana passada o partido abriu
processo disciplinar contra 19 deputados do grupo bolsonarista, entre eles o
filho do presidente Jair Bolsonaro e líder da legenda na Câmara, Eduardo
Bolsonaro (SP), agravando ainda mais a crise interna.
A guerra
interna no PSL tem como motivo velado o controle sobre o fundo eleitoral que a
legenda —um partido nanico até a eleição do ano passado e que hoje tem a
segunda maior bancada da Câmara dos Deputados— terá à disposição na eleição
municipal do ano que vem, da ordem de 200 milhões de reais.
Segundo
Bolsonaro, boa parte da bancada parlamentar do PSL foi eleita graças a ele, e o
presidente questionou a ala da legenda que, depois de se beneficiar de seu
apoio no pleito do ano passado, agora “mudou de lado”.
“Como estão
as coisas, tem um advogado nosso que está buscando uma maneira legal de
resolver a situação. O ideal no momento seria separar... cada um segue o seu
destino”, afirmou, reiterando que também pode ficar sem partido.
“Todas as
cartas estão na mesa. Por enquanto eu não pretendo, mas eu nunca saltei de
paraquedas sem um paraquedas reserva, então essa possibilidade sempre vai
existir.”
Por Anthony
Boadle, em Brasília, e Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro
Fonte. Agência Reuters
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