Greta Thunberg diz na cúpula de clima da ONU: "Vocês roubaram meus sonhos"
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A ativista sueca Greta Thunberg
disse aos líderes mundiais na abertura de uma conferência de clima da
Organização das Nações Unidas (ONU), nesta segunda-feira, que eles roubaram sua
infância com “palavras vazias”.
Greta Thunberg fala durante reunião da ONU 23/9/2019
REUTERS/Lucas Jackson
“Está tudo errado. Eu não deveria estar aqui em cima. Eu
deveria estar de volta à escola do outro lado do oceano”, disse a adolescente
sueca, de 16 anos, com a voz embargada, durante a cúpula da ONU sobre mudanças
climáticas, cobrando os adultos por não terem feito o suficiente para proteger
o meio ambiente.
“Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas
palavras vazias”, disse.
Dias depois de milhões de jovens irem às ruas de todo o
mundo para exigirem uma ação emergencial contra a mudança climática, líderes se
reuniram na ONU nesta segunda-feira para tentarem injetar um novo ímpeto nas
iniciativas hoje travadas para conter as emissões de carbono.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou os
governos que teriam que oferecer planos de ação para se qualificarem para falar
na cúpula, que pretende fortalecer o Acordo de Paris de 2015 para combater o
aquecimento global.
“Milhões de todo o
mundo (estão) dizendo claramente não somente que querem mudança, não somente
que os tomadores de decisão precisam mudar, mas que querem que sejam
responsabilizados”, disse Guterres em uma cúpula climática juvenil separada que
presidiu, no sábado.
Líderes mundiais,
como a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Emmanuel Macron, e
o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, discursam na reunião de um dia,
além de empresas que trabalham para promover a energia renovável.
O presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, não
comparecerão, disseram autoridades.
Na esperança de
motivar os líderes que entravam na sede da ONU em Nova York, pedidos de ação
feitos por jovens foram projetados na lateral do edifício principal.
“Tudo precisa
mudar, e isso tem que começar hoje”, dizia uma das mensagens projetadas de
Greta Thunberg, ativista sueca, defensora do meio ambiente, que inspirou uma
greve climática global na sexta-feira passada.
Tendo em conta o desenrolar mais rápido do que o esperado de
eventos climáticos extremos, do derretimento do subsolo congelado e da elevação
dos mares, cientistas dizem que a urgência da crise se intensificou desde que o
Acordo de Paris foi firmado.
O pacto entrará em
uma fase de implantação crucial no ano que vem, depois de outra rodada de
negociações no Chile em dezembro. As promessas feitas até agora nos termos do
acordo não chegam nem perto de bastar para evitar um aquecimento catastrófico,
alertam cientistas, e no ano passado as emissões de carbono atingiram um
recorde.
Embora alguns
países tenham feito progresso, alguns dos maiores emissores continuam muito
atrasados — apesar de incêndios florestais, ondas de calor e temperaturas
recordes terem oferecido um vislumbre da devastação que pode estar à espreita
em um mundo mais quente.
Comentários
Postar um comentário