'Enfrentamos uma invasão em nosso país', afirmou presidente ao justificar decisão
Presidente americano, Donald Trump Foto: CARLOS BARRIA / REUTERS
Presidente americano, Donald Trump Foto: CARLOS BARRIA / REUTERS

WASHINGTON — O presidente americano, Donald Trump, confirmou nesta sexta-feira que declarará estado de emergência nacional na fronteira sudoeste do Estados Unidos. Em discurso no jardim da Casa Branca, Trump citou vítimas de crimes cometidos por imigrantes ilegais e o alto índice de mortes pro drogas no país para justificar sua decisão.
— Vou assinar uma declaração de emergência, não apenas porque era uma promessa de campanha, até porque não foi a única. Estamos reconstruindo nossas Forças Armadas, e fizemos muita coisa na economia, e nosso país tem ido muito bem economicamente — afirmou o presidente. — Enfrentamos uma invasão em nosso país. Uma invasão de drogas e gangues. E emergência nacional é algo muitos presidentes antes de mim declararam, e ninguém deu a mínima. O presidente Barack Obama assinou uma declaração de emergência relativa aos carteis e usaremos parte dessa declaração. 
O presidente rebateu críticas a seus planos e insistiu que a construção do muro é necessária para defender o país.
— Dizer que "tudo entra" pela entradas regulares, ou que "muros não funcionam" é mentira. Vocês sabem que isso é mentira. Todos sabem que muros funcionam. Israel está construindo outro muro e eles me dizem que ele é 99,9% eficaz — afirmou o presidente. — As drogas e armas não podem passar pelas entradas regulares porque temos boas pessoas trabalhando lá. Tudo isso entra por partes da fronteira onde não há muros. Nancy (a líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi) sabe disso, e Chuck (o líder democrata do Senado, Chuck Schumer) também.

Trump destacou a ajuda do México no combate à imigração ilegal.
— O México tem seus próprios problemas, eles têm 40 mil assassinatos ao ano. Mas agradeço ao México e a seu presidente pela ajuda que ele têm nos dado para desmontar essas caravanas monstruosas que marcham rumo a nossa fronteira — afirmou o presidente. — Nossos agentes de fronteira e Forças Armadas têm feito um trabalho incrível, mas o Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) é massacrado pela imprensa e os democratas.
Falando sobre o combate às drogas, o presidente citou uma conversa com o chefe de Estado chinês, Xi Jinping.
— Tivemos 70 mil americanos, um número que eu acho que é ridiculamente baixo, mortos por drogas no ano passado. Na China, traficantes pegam pena de morte. Quando estive com Xi perguntei como a China, que tem mais de um bilhão de habitantes, não tem um problemas nacional com drogas. Perguntei o porquê. Pena de morte. Fim do problema. Aqui, nos prendemos e soltamos os traficantes.
O presidente antecipou que será processado pela oposição pela declaração de emergência, e relembrou a reação a sua ação executiva que proibiu a entrada nos Estados Unidos de pessoas de seis países de maioria muçulmana.

— Vamos ser processados, e possivelmente vamos enfrentar uma decisão ruim, e depois outra decisão ruim, e aí vamos à Suprema Corte, e com sorte, teremos um julgamento justo, assim como aconteceu com relação à proibição — afirmou Trump, em referência à ação executiva. — E aí a imprensa vai só se concentrar em dizer que eu perdi, e não vai se lembrar que no fim das contas, na Suprema Corte, eu não perdi.
Perguntado se temia que sua decisão criasse um precedente que poderia ser usado no futuro por presidentes democratas, Trump minimizou os riscos.
— Poucas pessoas disseram isso, mas isso é algo que a História mostrará se vai acontecer o não. O precedente já foi criado, por presidentes anteriores. Eu espero ser processado, mas estamos lutando contra uma invasão de criminosos e drogas, estamos falando da fronteira. Se você não tem uma fronteira, não tem um país — rebateu Trump. — Eu fui ao Congresso e consegui um acordo. Disseram que eu não conseguiria um dólar e consegui mais de US$ 1 bilhão. Mas não estou satisfeito, mesmo tendo conseguido muito dinheiro para outras coisas. O problema deles (democratas) é com o muro.
Fonte. Jornal O Globo