Ludmilla emplaca cinco hits em 2018 e é a artista negra brasileira com mais seguidores no Instagram
Danada que só ela, a cria de Duque de Caxias, cidade da Baixada Fluminense, chegou chegando e vem emplacando um sucesso atrás do outro, há seis anos. Dos tempos de MC Beyoncé — quando, ainda adolescente e metida num figurino largadão, foi alçada à fama usando sua voz estridente para afrontar os invejosos — até agora — com uma proposta musical bem mais picante e visual sexy —, Ludmilla cresceu e apareceu. Tanto que fecha 2018 com mais cinco hits na conta: “Din din din”, “Solta a batida”, “Não encosta”, “Jogando sujo” e “Clichê” (esta, em parceria com Felipe Araújo, é tema do casal protagonista de “O sétimo guardião”, da Globo). Como se não bastasse, já é considerada a artista negra brasileira de maior projeção no Instagram, com 12,3 milhões de seguidores.
— É uma responsabilidade enorme! Imagina milhões de pessoas te acompanhando todo dia... Mas fico muito feliz de ser referência para as meninas e mulheres negras do meu país. Quando eu comecei, não tinha em quem me espelhar. Seguia a minha intuição e pesquisava o que estava rolando de legal no exterior. Foi assim que Beyoncé entrou na minha vida. Eu queria cantar meu funk provocativo, mudar de cabelo e usar maquiagem ousada, mas não via nenhuma brasileira famosa assim, que me representasse — relembra a cantora e compositora, de 23 anos: — Agora, eu me sinto um pouco na pele da minha “ídola”, minha inspiração maior. Gosto de postar fotos e escrever coisas positivas porque sei que tem gente que precisa desses incentivos.
— Ela escreveu para minha mãe, agradecendo por ela ter me colocado no mundo. Disse que já estava em depressão, não tinha mais dinheiro para ficar colocando megahair nem coragem de exibir o próprio cabelo por aí, porque se sentia feia. Não queria trabalhar nem fazer mais nada na vida. Quando viu a foto do meu cabelo de verdade, ficou animada, começou a cuidar do dela, a autoestima melhorou. Hoje, ela trabalha, está namorando e feliz da vida.
Cada vez mais segura de si, a rainha das perucas de cores e tamanhos variados — e dona de uma linha de cabeleiras postiças, a Lud Hair Boutique — resolveu assumir em público, este ano, os fios ao natural, em meio a um processo de transição capilar.
— Na verdade, eu fiz merda no meu cabelo e tive que recomeçar. Passei um creme que não era hidratante, mas alisante, sem perceber. Minha sorte é que sou preguiçosa e não apliquei em mecha por mecha, como tinha que ser. Quando tirei, os fios já tinham ficado meio esticados. Retomei o tratamento, e agora ele está bem cacheadão. Estou só esperando o contrato com uma marca de cabelo ser fechado para usá-lo sempre assim, ao natural — explica, lembrando que, em outros tempos, chegou a ser barrada em campanhas publicitárias, pasmem!, por ser negra: — Mas o que me impulsiona é isso: quando me fecham uma porta, eu me sinto desafiada. Aí trabalho em triplo e consigo algo muito melhor.
Longe de acabar com o preconceito racial de que constantemente se vê alvo, a artista acredita que o reconhecimento só tem mascarado situações adversas como essa:
— As pessoas não têm coragem de falar as barbaridades na minha cara, mas, para quem sabe ler, um pingo é letra. Os ataques diretos, geralmente, acontecem pela internet. A situação de racismo mais recente e bizarra por que passei foi daquele apresentador que me chamou de macaca em rede nacional (Marcão do Povo, então comentarista do “Balanço geral Brasília”, foi demitido da Rede Record depois do episódio, ocorrido em 9 de janeiro do ano passado). Até hoje, o processo está rolando e não aconteceu nada com ele!
Fama e sucesso, ela reclama, também não têm colaborado para incrementar sua vida amorosa. Ainda assim, afirma que está “solteira, sim; sozinha, quase nunca”.
— Deveria ser mais fácil eu beijar na boca, né? É tanta gente querendo chegar perto, cobiçando... Mas, na real, ficou mais difícil. Uma, porque quase não tenho tempo; outra, porque é bom avaliar quem se aproxima. E, além disso, minha vida virou um reality show. Se pego alguém hoje, já falam que estou namorando. Só que essa pessoa vai pegar outra amanhã e aí já começa o papo de que eu levei um chifre... — detalha Ludmilla, acrescentando: — Mas sabe que essa situação é até gostosa? Tenho que fazer tudo escondido, pensando num melhor lugar para acontecer. Às vezes, não dá para esperar chegar em casa, mas tem que rolar em local fechado para os paparazzi não verem. Já fiquei com famosos sem ninguém saber, e curti.
São essas aventuras amorosas, ora românticas, ora apimentadas, a fonte de inspiração para as composições da moça. A que veio à tona mais recentemente, na voz de MC Mazzoni, causou verdadeiro alvoroço com seu refrão proibidão, referindo-se ao órgão sexual masculino:
— Sempre fiz esse tipo de música, só não mostrava para ninguém... Acho que o problema é a mentalidade do brasileiro. Divas lá de fora, como Beyoncé, Nicki Minaj e Rihanna, falam palavrão pra “c@r#%+o” nas letras e todo mundo ouve com a mãe por perto, sem mimimi. As pessoas têm preconceito é com o funk mesmo... — rebate Ludmilla, que não se considera desbocada: — Os palavrões que eu uso no meu dia a dia não são nada demais!
Mazzoni é uma das três artistas empresariadas pela caxiense (saiba mais sobre a funkeira a partir da página 17), ao lado de MC Felipe e Kathy Maravilha, na Sem Querer Produções Artísticas.
— O nome da empresa surgiu da primeira música que lancei. E (essa empreitada) não foi sem querer, foi tudo bem planejado. Eu já conhecia MC Felipe e Kathy Maravilha, e resolvi ajudá-los em suas carreiras. Mazzoni, eu descobri pela internet e a achei bonita e talentosa. Conto com a ajuda da minha mãe em mais essa responsabilidade. É difícil eu conseguir estar presente em tudo sempre — admite.
No momento, Ludmilla só tem olhos para seu próximo grande projeto: a gravação do primeiro DVD de sua carreira, prevista para acontecer no dia 14 de fevereiro do ano que vem, na Jeunesse Arena, na Barra, Zona Oeste do Rio.
— Só adianto uma coisa: o Brasil não está preparado para esse DVD. Vai ser megaprodução! — ela vibra.
Vem com tudo, 2019!
O TRONO EM COMUM
Rainha de copas, de ‘Alice no país das maravilhas’
“No lugar dela, eu ordenaria: ‘Cortem as cabeças dos invejosos que se fingem de amigos!’. Eles sabem tudo da sua vida, só para depois te passar a perna”.
Rainha má, de ‘Branca de neve’
“Assim como ela, estou num relacionamento sério com meu espelho. Nunca me imaginei tão bonita quanto me sinto agora. Nessas fotos para a capa da Canal Extra, estou muito gata! Fiquei passada (risos)!”.
Rainha dos Baixinhos
“Não sou Xuxa, mas sei que muita criança curte o meu trabalho, embora a maioria dos meus fãs tenha de 18 a 25 anos. Então, é complicado, porque esse público adulto pede umas coisas mais ousadas. E eu fico me dividindo para agradar a todo mundo”.
Via Jornal Extra
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