Erika Januza e Karol Conka se juntam a outras artistas negras na luta pelo feminismo
Erika Januza tem grandes chances de ganhar o “Dança dos famosos” hoje. Karol Conka acaba de lançar um novo álbum, “Ambulante”, além de dar expediente como apresentadora do “Superbonita”, no GNT. Camila Pitanga voltou a gravar, após dois anos afastada da TV. Desta vez, dará vida a uma vilã na minissérie “Aruana”. Pathy Dejesus se prepara para estrear no mês que vem em “Coisa mais linda”, uma das novas séries nacionais da Netflix. Cada uma dá conta do seu recado, mas todas têm um recado maior em comum. Como afirmava Angela Davis, filósofa e ativista americana na luta feminista, “quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”. Separadamente, Erika, Karol, Camila e Pathy são algumas das vozes que chamam atenção para a causa. Juntas, o eco se faz mais forte.
— Sinto que hoje somos mais unidas. Estamos nos conscientizando da estrutura em que estamos inseridas e carregando um legado de luta dos nossos ancestrais. Muito ainda precisa ser feito, mas, certamente, essa união nos torna mais eficientes para a promoção de uma mudança — discursa Pathy.
Para Camila, é essencial falar de união feminina, porque “a sororidade vai além do feminismo”:
— Uma tem que dar força para a outra para que possamos nos escutar, conversar e pensar sobre o que é ser mulher e entender que todo ser humano é uma potência, que os problemas de algumas são também os meus, e que, quando uma vai além, todos avançam na mesma direção.
E esse avanço, na visão de Karol, está ligado à cumplicidade e à harmonia estabelecida entre o grupo.
— Durante muito tempo, fomos jogadas umas contra as outras no clima de competitividade. Estamos reconstruindo nossa autoestima e nos libertando de traumas — analisa a cantora.
O caminho da igualdade, porém, ainda é longo na visão da artista. Além da discrepância salarial (“Vivemos num país racista, onde a luta e a importância da mulher são tratadas com demérito”, diz Karol), há uma certa resistência na hora da escalação para determinados papéis.
Erika exemplifica como a sororidade parece ainda ficar um pouco no discurso quando tange os trabalhos artísticos. É bom explicar, aliás (vai que ainda tem algum desavisado por aí), que a palavra sororidade significa a união e a aliança entre mulheres, baseadas na empatia e no companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum.
— Às vezes, (as brancas) não percebem nossas dificuldades, por não ser uma causa própria. Ainda é preciso um contexto para que um personagem negro seja inserido numa novela, num filme... Infelizmente. Mas, para uma mulher não negra, não acontecem essas limitações. Daí a importância da empatia e de se abrir o olhar para o outro — avalia Erika.
Pathy reforça:
— A batalha da mulher negra é só nossa. Porque só nós sabemos o que passamos no dia a dia. Lutamos duas vezes mais por sermos mulheres e negras. Nossas oportunidades no mercado de trabalho são escassas, a luta ainda é árdua. Adoro uma frase da Angela Davis: “Você tem que agir como se fosse possível mudar o mundo radicalmente, e você tem que fazer isso o tempo todo!”
Via Jornal Extra
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