Um mês após proibição de show, Caetano se apresenta em evento do MTST em SP
SÃO PAULO — Depois de ver frustrada a tentativa de se apresentar em uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem-teto (MTST) em São Bernardo do Campo, em outubro, Caetano Veloso transferiu o show para este domingo no Largo da Batata, na Zona Oeste de São Paulo. Com o cantor e compositor baiano se apresentaram Criolo, Maria Gadu e Péricles, entre outros.
Depois de discursos da empresária Paula Lavigne e da atriz Sônia Braga,
Caetano abriu o show às 18h24, cantando “Sampa” ao violão, acompanhado de seus
principais convidados. Emendou com “Desde que o samba é samba” e, depois,
passou a alternar a presença no palco com os outros artistas. No repertório,
clássicos como “Quereres”, “Odeio” e “Menino do Rio” — este último em dueto com
Criolo.
A concentração começou às 14h. O caminhão onde foi montado o palco
estava tocando música gravada. Pouco antes do início da apresentação, uma chuva
rápida afugentou parte dos espectadores. Mas o tempo logo melhorou e a praça
principal, no largo, foi totalmente ocupada. O policiamento em volta do local
era apenas preventivo, segundo a Polícia Militar, que não deu estimativa de
público.
Nos bastidores, a atriz Sônia Braga disse que este é um "dia muito
importante para a democracia":
— Nós estamos aqui não pelo MTST, estamos aqui por nós mesmos. Porque
temos que lutar pela democracia, que está em perigo. Se você não está
preocupado com o que está acontecendo, só pode estar louco — disse ela.
O líder do MTST, Guilherme Boulos,
agradeceu a presença do público.
— Essa proibição fez com que um show
para 7 mil pessoas na ocupação de São Bernardo do Campo se transformasse em um
show para 30 mil pessoas no Largo da Batata — disse ele.
Em outubro, o Tribunal de Justiça de
São Paulo proibiu a realização do show na ocupação "Povo sem Medo",
em São Bernardo, em razão de segurança e, também, porque já havia liminar pela
reintegração de posse. No seu despacho, a juíza Ida Inês Del Cid disse que "o
brilhantismo e a voz inigualável de Caetano" levariam muitas pessoas para
o evento e que o local não teria as condições necessárias para garantir a
segurança de tantas pessoas. Ela determinou uma multa de R$ 500 mil caso a
ordem fosse desobedecida.
Fonte Jonal O Globo
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