domingo, 6 de agosto de 2017

Redes sociais imortalizam Ariano Suassuna

Literatura.

Redes sociais imortalizam Ariano Suassuna
Os 90 anos de Ariano Suassuna (1927-2014) têm sido muito comemorados. Quinta, mesmo, a “Sessão da tarde”, da TV Globo, voltou a exibir a versão para o cinema de Guel Arraes de “O auto da compadecida” — a peça de 1955, de Suassuna, que se transformou num dos textos mais encenados do país. Em junho, Pedro Bial dedicou uma edição de seu “Conversa com Bial” ao autor e, em outubro, haverá o lançamento de obras inéditas do grande escritor, como “A ilumiara: Romance de Dom Pantero no palco dos pecadores”.
Mas tudo isso é uma gota d’água diante de um fenômeno dos tempos modernos que adotou o notável paraibano radicado em Pernambuco. Ele caiu na rede. Trechos de suas aulas-espetáculo viraram... memes. Ou seja: estão viralizando na internet. Um dos mais famosos é o vídeo “Ariano Suassuna e a Disney”, gravado no Tribunal Superior do Trabalho, em 2012.
Ele conta que, quando tomou posse na ABL, foi convidado para um jantar “na casa de um casal rico” do Rio. Lá pelas tantas, a anfitriã disse: “Você, naturalmente, já foi à Disney, não é?”. “Já foi ‘aonde’?”, respondeu o escritor, que emendou: “Eu nunca saí do Brasil”. A madame ficou perplexa. “Eu notei uma decepção enorme na cara dela. Era de quem dizia assim: ‘Esse homem não deveria ter sido escolhido para a ABL, não. Ele nunca nem saiu do Brasil!’”, e a plateia gargalhava.
Mas por que, três anos depois da morte do grande autor, seus vídeos começaram a virar memes? A efeméride dos 90 anos ajuda, claro. Mas não é só isso. Para Fernanda Freire, mestre em Comunicação pela Uerj e pesquisadora do Museu de Memes, da UFF, há alguns fatores que explicam o nascimento de um meme. Um deles é o humor, “porque as pessoas gostam de fazer rir”. O outro é a incongruência: “Quando algo sai do comum, é inusitado”. Por fim, a identificação: “Você se identifica com aquilo e, por isso, quer compartilhar”. Os três se aplicam aos vídeos de Suassuna.
Aliás...
Adoro o que ele dizia: “Não troco o meu ‘oxente’ pelo ‘ok’ de ninguém”. Não é para ser levado ao pé da letra. Mas trata-se de um belo petardo contra o excesso de palavras de origem inglesas usadas por aqui. Mas essa é outra história.
Via O Globo



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