Freixo decide acionar Justiça Eleitoral e polícia contra difamações na Internet

Rio - Alvo de boatos nas redes sociais, o comando da campanha do candidato Marcelo Freixo (Psol) decidiu acionar a Justiça Eleitoral e a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) contra difamações envolvendo seu nome e divulgadas na internet. Ele pretende ainda criar um site para desmentir as notícias falsas. Medida já adotada pelo comando da campanha de Marcelo Crivella (PRB), adversário de Freixo no segundo turno no Rio, que já dispõe de site específico para rebater acusações infundadas. Líder desde o início da corrida pela prefeitura do Rio, Crivella é um dos alvos preferenciais de seus adversários há mais tempo, desde o primeiro turno da campanha. No site que está no ar, o candidato do PRB rebate suposta declaração sua, em que afirmaria que “os negros só gostam de cachaça, prostíbulo e macumba”. A frase foi descontextualizada e a campanha de Crivella publicou o vídeo em que o senador do PRB conta ter ouvido essa afirmação de uma muçulmana quando trabalhava como pastor na África. Ele garante que “condena com veemência qualquer preconceito, intolerância ou discriminação racial, social e de gênero”. Crivella passou parte do dia gravando programa de TV para o horário eleitoral gratuito Arte O Dia O senador passou ontem parte do dia no Rio gravando programas para o horário eleitoral gratuito, que deve começar amanhã. À tarde, Crivella foi para Brasília. Ontem, em sua primeira agenda pública depois de confirmada a ida para o segundo turno, Freixo reagiu aos boatos que circulam na internet envolvendo seu nome. Ele responsabilizou o pastor Silas Malafaia e a família Bolsonaro pelos ataques. “A rede de boatos no WhatsApp, nas redes, é coisa do Malafaia, do Bolsonaro. Meus secretários serão técnicos. Chegaram ao nível de imitar a minha voz num áudio que está circulando, como se eu tivesse falando mal dos taxistas. Vai ser uma campanha suja, de baixo nível, e não vamos responder assim”, disse Freixo, durante panfletagem no Buraco do Lume, no Centro. “O nome disso é crime. É calúnia. É o desespero de quem vai perder a eleição. Não contribui para a democracia, é feio. A cidade vai perceber que quem faz isso não merece administrar a cidade. Nós não vamos responder com baixaria”, completou. Um dos boatos nas redes sociais contra Freixo é um que atribui ao candidato do Psol a frase: “quando for assaltado, aceite, pois o bandido é uma vítima da sociedade”. A frase nunca foi dita por Freixo. Outra falsa informação que tomou conta da internet é a que expõe uma lista de secretários de uma eventual prefeitura de Freixo incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff como secretária de Fazenda. Freixo descarta participação de Lula na campanha Marcelo Freixo descartou ontem a participação do ex-presidente Lula em sua campanha. Ele argumentou que a nacionalização do debate eleitoral foi uma das marcas da eleição do Rio no primeiro turno, mas que não será a tônica na nova fase da campanha. “O debate é municipal. A nacionalização do debate aconteceu (no primeiro turno), o PMDB foi derrotado. Isso é importante, a derrota do PMDB no Rio teve relação com o debate nacional também. Agora é hora de aprofundar o debate sobre a cidade, as diferenças de cada programa. Ou o meu projeto ou o do Crivella vai administrar a cidade, é isso que tem de ser debatido”, disse. Reunião amanhã define início do horário eleitoral gratuito na TV O juiz Marcello Rubioli, responsável pela fiscalização de propaganda do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), marcou para amanhã, às 11h, reunião que vai definir o plano de mídia e o início do horário eleitoral gratuito. Além das emissoras de rádio e televisão, estarão presentes os representantes dos candidatos que vão disputar o segundo turno. A data limite para o início da propaganda é dia 15. Outra questão indefinida é o tempo de duração dos programas. Apesar de a determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ser de dez minutos diários para cada candidato, os partidos querem reduzir pela metade. Isto porque, alegam, o dinheiro está em falta. Freixo também diz não ser ‘didático’ um tempo tão longo. Na primeira semana do horário eleitoral, o candidato do Psol usará o tempo para se apresentar aos eleitores que ainda não o conhecem. Contará um pouco de sua trajetória, além de exibir o clipe do jingle da campanha. Já Crivella vai procurar ser bastante propositivo, respondendo aos anseios da juventude e estimulando o empreendedorismo jovem. Ontem, ele passou parte do dia gravando programa e chegou a se atrasar para a viagem a Brasília, onde cumpre agenda de senador. Candidatos saem em campo à procura de apoios Marcelo Crivella e Marcelo Freixo intensificaram ontem as negociações em busca de apoio de candidatos derrotados no domingo. No fim da tarde, Crivella foi para Brasília onde deveria se reunir com a cúpula do PSD de Gilberto Kassab. O candidato do PRB está de olho nos votos de Indio Costa, que ficou em quinto lugar na disputa pela Prefeitura do Rio. Crivella já conta com o apoio do senador Romário (PSB) e é praticamente certa a adesão do PSC de Flávio Bolsonaro. Mas ontem o PSDB avisou que vai ficar neutro. Segundo o presidente do partido, Aécio Neves, nenhum dos dois candidatos têm identificação com o PSDB. Freixo já tem a adesão do PC do B de Jandira Feghali e do PSB à sua candidatura e hoje deverá ganhar o apoio formal da Rede de Alessandro Molon. Até o final da semana, o candidato do Psol espera ter ao seu lado oficialmente o PV e o PT. “Até sexta-feira, teremos um leque de partidos progressistas grandes junto com a gente. Isso mostra que não estamos isolados, é importante formar essa frente progressista. Segundo turno não é aliança, é apoio. Nosso programa está exposto para quem quiser apoiar. Há o nosso projeto e o projeto do Crivella”, afirmou Freixo. Reportagem do estagiário Caio Sartori

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