Direitos das mulheres gordas é tema de audiência pública
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A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara promoveu na tarde de sexta-feira (20), no auditório do Centro de Cultura, uma audiência pública com o tema: Os direitos das mulheres gordas e as políticas públicas. O evento foi conduzido pela presidente da Comissão, vereadora Aladilce Souza (PCdoB).
Segundo a vereadora, a audiência tem o objetivo de contribuir com a elaboração de políticas públicas, que permita a esse segmento de pessoas que estão acima do peso, cuidar da saúde, e tratar da estética como questão de liberdade. “A sociedade estabelece um padrão de beleza que é muito marcante, pra ser bonita tem que ser magra, tem que ter curvas feitas. O padrão estipulado pela sociedade não inclui as gordas. É preciso debater essas questões, por isso trouxemos especialistas para este evento. Além de fugir um pouco desse estereótipo da estética precisamos também problematizar a questão da saúde”, disse. “Que a Comissão da Mulher possa contribuir com esse debate, e continue com o processo de elaboração de políticas públicas e projetos de lei”, completou.
A coordenadora do concurso “A mais bela gordinha da Bahia” e coordenadora do Movimento Vai Ter Gorda, Adriana Santos Silva, destacou sua trajetória na luta pelos direitos das mulheres gordas. Segundo ela, as gordas sofrem discriminação em diversos locais, inclusive no mercado de trabalho e no ambiente familiar. “O mercado de trabalho é seletivo, as empresas querem aquelas que não ofereçam riscos de quebrar a cadeira. Uma pessoa acima do peso sofre discriminação até quando entra no ônibus e não consegue passar na catraca”, pontuou Adriana, que foi Miss Plus Size Bahia, em 2013.
O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia da Bahia (SBEM-BA), e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Joaquim Custódio Júnior, apresentou um panorama da obesidade no Brasil e no mundo. De acordo com os dados, a obesidade mais que dobrou no mundo desde 1980. No Brasil, existem 15 milhões de obesos e 60 milhões de pessoas acima do peso. O crescimento é maior entre homens, residentes em áreas rurais e com baixa renda.
Ainda de acordo com o endocrinologista, a obesidade está relacionada a causas genéticas, síndromes, neurológicas, endócrinas, psicológicas e induzidas por medicações.
“Lutar contra a gordofobia não é uma obrigação só dos gordos. Ser omisso também é uma agressão. E lutar contra essa discriminação é uma responsabilidade e comprometimento de todos. Se manter cego diante de uma situação como esta é uma estupidez”, disse o professor de Sociologia Geral, Pluralidade e Diversidade Cultural da Faculdade Montessoriano. A mesa do evento ainda contou com a presença da jornalista, idealizadora e editora da Revista Plus.
Via http://www.cms.ba.gov.br/
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