Ele não tinha nenhum motivo para tirar a própria vida’, diz delegada sobre neto de Chico Anysio

Para Elen Souto, rapaz que gostava de jejuar e meditar, pode ter se afogado por estar fraco


O corpo de Rian Brito, neto de Chico Anysio, foi encontrado na manhã desta quinta-feira em Quissamã, no Norte Fluminense - Reprodução / Facebook
RIO - A delegada Elen Souto, titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) , disse na manhã desta sexta-feira que não acredita na hipótese de suicídio de Rian Brito, neto de Chico Anysio que foi encontrado morto na quinta-feira. Segundo ela, o rapaz de 25 anos tinha o hábito de meditar e jejuar, por isso, ele poderia estar fraco no momento que entrou no mar.
- O Rian tinha o hábito de meditar e jejuar. Ele pode ter resolvido entrar no mar e como devia estar bastante debilitado por falta de água e comida, pode não ter conseguido enfrentar o mar perigoso daquela praia. Falei com várias pessoas que disseram que nem os nativos costumam entrar naquela praia pela correnteza forte, e logo que a pessoa entra no mar pode cair num valão - disse a delegada, que acrescentou:
- Ele não tinha nenhum motivo para tirar a própria vida. O corpo dele foi encontrado justamente no dia em que ele ia lançar um CD. Acreditamos que ele realmente estava indo para meditar e ocorreu o afogamento - disse.
Elen Souto disse que ainda vai investigar o computador de Rian Brito Neto para saber as buscas que ele realizou sobre a reserva de Quissamã. Segundo ela, a região não era conhecida pela família do rapaz, mas tinha o perfil que Rian procurava para meditar. Um outro detalhe citado pela delegada é de que Rian parece ter planejado com antecedência a viagem, pois enganou a mãe ao dizer que ia para a autoescola, mas nem chegou a entrar no local.
A polícia ainda vai traçar o caminho feito pelo jovem após o desembarque da rodoviária da cidade até o local que ele entrou na reserva de Jurubatiba. A delegada não sabe se ele foi de táxi ou se seguiu a pé. O telefone do rapaz, que foi deixado em casa, foi periciado, mas nada foi encontrado. Segundo Elen Souto, ele não possuia muitos amigos, apenas os membros da banda que ele tocava.
Na quinta-feira, a delegada sobrevoou a região num helicóptero cedido pela Petrobras, que tem convênio com o Instituto Chico Mendes. Na ocasião, uma pessoa que estava na praia acenou para o helicóptero para mostrar a localização do corpo. Imediatamente equipes do parque e da Defesa Civil foram acionados. Segundo a delegada, além de uma pulseira e um cordão usado pelo jovem, a identificação foi feita por meio de impressão digital no IML de Macaé.
- Já vinha alertando a família sobre as dificuldades e também sobre estado em que o corpo seria encontrado - disse Elen Souto.
Os pais de Rian Brito não foram ao local onde o corpo foi encontrado, distante 25 quilômetros de onde os documentos e roupas do jovem foram encontrados no domingo. Eles permaneceram no Aeroporto de Macaé aguardando notícias. O corpo de Rian só deve ser cremado neste sábado.
MÃE REBATE RUMORES DE SUICÍDIO
Na quinta-feira, após a confirmação da morte de Rian, a mãe do rapaz, a cantora Brita Brazil, usou seu perfil no Facebook para negar que o filho tenha cometido suicídio. Ela criticou a imprensa, e afirma que essa é uma informação inventada:
“Não acredito que diante da dor que estamos vivendo pela perda de nosso querido filho Rian, alguém tenha coragem de inventar que foi suicídio. Vocês são monstros. Mais uma vez a imprensa, baseada em grana, cria uma imagem distorcida da realidade. Nojo de vcs!”, escreveu a cantora, que assina por ela e pelo filho a mensagem: “BRita e Rian”.
Até o corpo ser encontrado, ela acreditava que o filho estava meditando, como costumava fazer, e que fugiu da fama da família. Antes de encontrarem o corpo, ela havia pedido para as pessoas pararem de dizer que o rapaz tinha abandonado os pertences em uma praia de Quissamã para não ser encontrado, e pediu positividade:
“Parem de dizer que Rian deixou seus pertences ali para ser ou não achado. Nada a ver com ele. Esta era a forma de colocar nossas coisas, que o ensinei quando vamos à praia e com frequência. Sempre levamos poucas coisas. Colocamos nossas Havaianas embaixo e as coisas dobradas em cima, algo de valor dentro, para mergulharmos”
Via O globo

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