Petistas dizem que partido não pode assumir o ‘ fardo’ de Cunha
Deputados do partido se reuniram com ministro da articulação política
Deputados do partido se reuniram com ministro da articulação política
A preocupação do governo, no entanto, continua sendo as votações de matérias de seu interesse, como o ajuste fiscal. Berzoini afirmou, segundo deputados presentes, que os petistas não podem entrar no jogo da oposição, que pretende obstruir os trabalhos da Câmara, enquanto Cunha estiver na presidência.
— Não vamos aceitar que a oposição, que votou a favor do Eduardo Cunha, queira agora obstruir o funcionamento da Casa e impedir o governo de votar as matérias que lhe interessam — disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Apesar da insatisfação na bancada petista com a política de boa vizinhança mantida pelo governo e pela direção partidária com Cunha, deputados do PT afirmaram que a conversa com Berzoini foi “light”.
Deputados do PT favoráveis à cassação de Cunha se reunirão, ainda na noite desta segunda-feira, com o ministro Jaques Wagner (Casa Civil).
Um dos três integrantes do PT no Conselho de Ética, o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), que na quinta-feira passada somente chegou à sessão do colegiado depois que o quórum havia sido atingido, afirmou nesta segunda-feira que deverá votar pela admissibilidade do processo e que seria omissão da Câmara evitar as investigações no colegiado.
– A tendência é que a gente vote favorável à continuidade do processo. Há acusações contundentes e o processo correndo no Judiciário contra Eduardo Cunha. A Câmara não pode deixar de mostrar sua condição de poder instituído para analisar isso. O fim do processo significaria a Câmara se omitir, e isso seria ruim para a Casa – disse Prascidelli.
Mais cedo, o deputado Léo de Brito (PT-AC), que também integra o Conselho de Ética, antecipou ao GLOBO que votará pela continuidade do processo contra Cunha e disse que não participará de acordos para preservá-lo.
— Eu não irei participar de acordo algum. Votarei esta semana pela admissibilidade do processo — afirmou ao GLOBO.
O petista criticou ainda o colega de partido, senador Jorge Viana (PT-AC), que disse ao GLOBO ter estranhado as faltas dos deputados do PT no Conselho de Ética.
— Causa-me estranheza e perplexidade as declarações do Senador Jorge Viana. Ele é uma das poucas pessoas com quem conversei sobre o caso Eduardo Cunha, uma demonstração de respeito, confiança e lealdade. Sabe que vou votar pela admissibilidade. Sabe que haveria reunião do Conselho de Ética e que haveria pedido de vistas, portanto, não haveria votação. Sabe que fui ao Acre na mesma agenda do ministro do Turismo que ele participou, pré-agendada desde o início da semana — afirmou.
Via O Globo
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