Único petista que votou contra MP critica 'ajuste só para trabalhador
Weliton Prado (MG) diz que não está preocupado com possível punição.
PT 'fechou questão', o que, em tese, obrigaria deputados a votar a favor.
Único deputado petista a registrar voto contrário à medida provisória que restringe o acesso ao seguro-desemprego, o deputado Weliton Prado (PT-MG) afirmou nesta quinta-feira (7) que agiu por “coerência” com a própria trajetória política e em “favor” dos trabalhadores (saiba como votou cada um dos deputados).
Pressionada pelo Palácio do Planalto e pelo PMDB, a bancada do PT, que estava dividida, decidiu, antes da votação, pelo "fechamento de questão" em defesa da MP 664, considerada pelo governo como necessária para o ajuste fiscal e o reequilíbrio das contas públicas.
Em tese, o fechamento de questão obrigaria os deputados da bancada a votar de acordo com a orientação do partido. Teoricamente, quem não obedecer, fica sujeito a punição.
Prado foi o único que votou contra, mas nove petistas não registraram voto. O texto-base da medida provisória foi aprovado nesta quarta (6) em votação apertada: 252 votos a favor e 227 contra.
“Eu simplesmente segui minha trajetória. Tenho o compromisso de sempre votar em favor dos trabalhadores”, disse Prado. O deputado de Minas Gerais também afirmou que, como medida de ajuste fiscal, o governo deveria “taxar bancos”, em vez de “punir” os trabalhadores.
“Tem que fazer um ajuste que não puna os trabalhadores, puna os bancos, taxe os bancos. Pode até ter ajuste, mas não é certo fazer ajuste só para o trabalhador”, afirmou.
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Indagado se tem receio de ser punido pela direção do PT, por infidelidade, ele afirmou que não está preocupado. “Votei de acordo com a minha consciência”, afirmou. O petista também não quis comentar a atitude dos nove colegas que se ausentaram da votação. “Eu não falo pelos outros, falo por mim.”
Procurada pelo G1, a assessoria do partido disse que já houve casos em que parlamentares votaram de forma diferente da bancada e não foram punidos porque alegaram como razão "princípios sociais" ou "princípios religiosos".
Mais cedo nesta quinta (7), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a atitude dos petistas que deixaram de votar. “Eles simplesmente se evadiram. Acho que quem tem que cobrar isso é o próprio PT. Apenas constatei o falto que tem alguns que fizeram discurso e se ausentaram. PT cumpriu com 80% [do compromisso de apoiar a MP]”, disse
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