Alerj defende salário alto de estagiários

Deputados dizem que R$ 2,8 mil para jornada de 4 horas é justo, mas admitem rever valor para novas contratações

CONSTANÇA REZENDE
Rio - Mesmo com a repercussão negativa da população, os deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), inclusive da oposição, saíram ontem em defesa do aumento dos salários dos estagiários de Nível Superior da Casa. Eles tiveram um aumento de R$ 1,2 mil e agora ganham R$ 2,8 mil para trabalhar quatro horas diárias, um reajuste de 93%, como revelou O DIA.
Em reunião entre líderes dos partidos ontem, foi acertado que o valor é justo e atende a uma regra da Alerj — que concede três salários mínimos para o Nível Superior e dois para os de Nível Médio.



Deputados dizem que a remuneração obedece às regras da Alerj
Foto:  João Laet / Agência O Dia

Atualmente, a Alerj tem cerca de 200 estagiários de Nível Superior e 25 de Nível Médio. Para o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), o aumento era obrigatório.“Os estagiários são uma mão de obra qualificada. Esse valor custeia alimentação, passagem. E eles se preparam para o mercado”, disse. Questionado se havia problema de outras categorias do estado, como professores, ganharem menos do que os estagiários da Alerj, e o aumento vir em um momento de crise do estado, Picciani admitiu que pode haver uma revisão do valor, em reunião na próxima terça-feira.
Mesmo assim, a revisão só valeria para novos estagiários. “Sei que não sou o dono da verdade, eu sou um voto, mas tenho que cumprir o que está na lei. Certo ou errado esse foi o ato aprovado em vigor até hoje e ele tem que ser cumprido. Acho justo o valor. Tenho estagiários de muito bom nível”, disse Picciani.



Salário de estagiário da Alerj supera o de várias outras profissões
Foto:  Arte O Dia

O deputado Marcelo Freixo, líder do Psol, também aprovou o reajuste. Para ele, as outras categorias que ganham menos que os estagiários é que devem se adequar. “Se o critério de reajuste da Casa é de três salários, que se pague os três salários. Temos no mercado uma exploração muito violenta de estagiário, que é visto como mão de obra barata. Aqui se está tendo um outro entendimento, que é um investimento e que pode ser remunerado. A solução talvez não seja reduzir o valor do estagiário da Alerj e, sim, valorizar os outros profissionais que precisam”, disse o deputado, que defende criação de concurso público para as vagas.
De acordo com Picciani, hoje a seleção é feita com a avaliação de currículos, que são encaminhados para diretores financeiros. Para ele, como a abertura de vagas é esporádica, isso inviabiliza a realização de concurso.
Hoje, não há nenhuma divulgação oficial quando há abertura de vagas. No site de transparência da Alerj, também não são divulgados os nomes e salários dos estagiários, como é feito com o restante dos funcionários. Suas nomeações também não são publicadas no Diário Oficial.
Fonte. Jornal O dia

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