Justiça concede liberdade a PMs presos por morte de Haíssa, em Nilópolis


Haíssa tinha 22 anos
Haíssa tinha 22 anos Foto: Reprodução
Carolina Heringer
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Desembargadores da Quarta Câmara Criminal concederam um habeas corpus aos policiais militares Márcio José Watterlor Alves e Delviro Anderson Moreira Ferreira. Os militares - lotados na 41º BPM (Irajá) - são, respectivamente, o motorista da viatura e o carona responsável pelos tiros que mataram a assistente de telemarketing Haíssa Motta, de 24 anos, em Nilópolis, no dia 2 de agosto do ano passado. Imagens da câmera do carro mostraram a perseguição ao carro onde estava a jovem e outros quatro amigos, que voltavam de um pagode, em Bento Ribeiro. Eles estão presos, desde 15 de janeiro, no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica.
O relator do habeas corpus foi o desembargador João Ziraldo Maia. Outros dois magistrados concordaram o seu voto. A decisão ainda não está disponível no site do Tribunal de Justiça do Rio.
Haíssa tinha 22 anos
Haíssa tinha 22 anos Foto: Reprodução / Agência O Globo
De acordo com a decisão, concedida por unanimidade, foi determinada a expedição dos alvarás de soltura para os militares. Quando a prisão dos PMs foi decretada, o juiz Glauber Bitencourt alegou que o afastamento das funções de policiamento ostensivo era “insuficiente para assegurar a livre colheita da prova” do crime. Segundo o magistrado, somente a prisão cautelar poderia “afastar qualquer temor por parte das testemunhas” da morte da jovem. No despacho, Glauber declarou ainda que “as imagens do que ocorreu na fatídica madrugada de agosto de 2014 estarreceram o país”. O vídeo, segundo o juiz, mostra que inúmeros disparos de arma de grosso calibre foram efetuados na direção do HB20 - conduta que “ceifou a vida da jovem Haissa” e “enlutou uma família inteira”.
O crime
Haíssa foi atingida por um tiro de fuzil, nas costas, durante uma perseguição em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Nas imagens das câmeras mostram Watterlor colocando o corpo para fora do carro e disparando nove vezes contra o veículo onde estava Haíssa e os amigos.
Watterlor e Delviro, ao verem o Hyundai HB20, comentam: “Carro daquele branco que tá roubando para c...”. O fato de serem “quatro cabeças, um moleque de boné e tudo”, como diz um dos PM, é a justificativa suficiente para iniciar a perseguição. Vinte segundos depois, mesmo com o pedido de “calma” do colega que dirigia a viatura, Watterlor abre fogo.
A caminho do hospital, Jéssica, uma das amigas de Haíssa, chora dentro da viatura e é repreendida pelos PMs: “Vamos manter a calma, gente. Tá complicado”.


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