sábado, 18 de abril de 2015

China: Condenação imposta a proeminente jornalista é um atentado à liberdade de imprensa


Gao Yu | ©China Rights Forum
Gao Yu | ©China Rights Forum
A sentença de sete anos de prisão que um tribunal chinês impôs à respeitada jornalista Gao Yu é uma afronta à justiça e um atentado à liberdade de expressão, afirmou a Anistia Internacional.
Gao Yu, de 71 anos, foi declarada culpada por um tribunal de Pequim da falsa acusação de “revelar segredo de Estado”. Seu julgamento ocorreu em novembro a portas fechadas. Seu advogado disse que vai recorrer da sentença.
“Esta deplorável condenação imposta a Gao Yu não é mais do que pura perseguição política das autoridades chinesas. A jornalista é vítima de uma legislação arbitrária e imprecisa sobre o segredo de Estado, que é utilizada contra ativistas no contexto do ataque das autoridades à liberdade de expressão”, ressaltou William Nee, pesquisador da Anistia Internacional sobre a China.
“Gao Yu é uma prisioneira de consciência, encarcerada unicamente por questionar as opiniões do governo. Deve ser libertada imediata e incondicionalmente.”
O governo não revelou nenhum dado sobre o suposto “segredo de Estado” que acusa Gao Yu de ter revelado, além de que se trata de um “documento”. Em geral, acredita-se que é um informe ideológico interno do Partido Comunista conhecido como “Documento nº 9”.
Neste documento, a liberdade de imprensa e “valores universais” como a liberdade, a democracia, e os direitos humanos são objeto de duros ataques.
“Gao Yu é acusada de vazar um documento que não se pode classificar razoavelmente como legítimo segredo de Estado”, acrescentou William Nee. “Para grande vergonha das autoridades, Gao Yu colocou em evidência a absoluta hostilidade do Partido Comunista em relação aos direitos humanos, e é por isso que está sendo severamente castigada”.
“A agressão aos direitos humanos manifesta no Documento nº 9 não é mais que um plano de ação do governo chinês. É uma das piores campanhas de repressão empreendidas contra os ativistas dos direitos humanos em mais de uma década.”
O julgamento injusto de Gao Yu esteve repleto de reiteradas irregularidades, como a negação ao princípio do acesso a um advogado.
Em maio do ano passado, a cadeia estatal de televisão CCTV emitiu uma “confissão” de Gao Yu. No entanto, seus advogados afirmam que foi uma declaração obtida ilegalmente, pois as autoridades haviam detido também seu filho e ela se sentia ameaçada e sob intensa pressão psicológica naquele momento. Tampouco sabia que a confissão seria televisionada.
“’A confissão’ televisionada de Gao Yu não prova nada, e apenas destaca o fato de que tinha poucas chances de ser submetida a um julgamento justo”, afirmou William Nee.
Fonte. Anistia Internacional

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