O galinheiro Brasil e as raposas evangélicas, fisiológicas, homofóbicas e afins
Dentre as inúmeras más escolhas que a presidente decidiu tomar em seus dois mandatos, nenhuma foi tão infantil, mal-calculada e míope quanto a de escolher Arlindo Chinaglia (PT-SP) como seu candidato à presidência da Câmara. Enfraquecida por uma eleição raivosa, Dilma precisava mais do que nunca da fisiologia sem-caráter do PMDB para governar. Ao desafiar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na disputa da chefia do Congresso e conquistar o ódio inequívoco dos peemedebistas, ela transformou o Brasil no refém de uma agenda pseudorreligiosa, conservadora, demagógica, que condena seu governo, na melhor das hipóteses, a um purgatório de promessas de campanha onde os jogados nas chamas somos nós. O avanço de Cunha e Renan Calheiros (PMDB-AL), seu parceiro no seqüestro do governo Dilma, coincide com o retorno dos tempos dos cleptocráticos anos 80 e uma coalizão multipartidária do que há de pior na política: irresponsabilidade fiscal, loteamento de cargos de primeiro e segundo escalão, leniência com...