quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

“Juntos temos esse poder



Salil Shetty 
Secretário geral da Anistia Internacional
Salil Shetty em visita a Deep Sea, em Nairobi, Kenya. Julho de 2014 | © Amnesty International
O ativismo marcou toda a minha vida. Meu pai era jornalista atuante em direitos dalits na Índia (casta considerada inferior), e sempre falou a verdade perante os poderosos – mesmo aos 83 anos de idade. Minha mãe trabalhava com direitos das mulheres, e estimulou em mim o valor de defender a justiça.
Ainda me lembro da coleta de assinaturas, aos 15 anos, para uma petição contra o estado de emergência declarado pela primeira ministra, Indira Gandhi, que suspendeu a maioria dos direitos civis e políticos na Índia.
Costuma-se dizer que um pequeno ato por si só não vai fazer diferença. Mas a verdade é que nada do que fazemos é isolado – e é por isso que nossos atos têm esse poder.
Quando a Anistia Internacional foi fundada em 1961, os cínicos a consideraram “um dos maiores delírios atuais”. Parecia impensável que o “simples” ato de escrever cartas ou fazer pequenos protestos poderiam ter um impacto tão expressivo. Esses céticos, é claro, estavam errados, como ficou provado nestes últimos 50 anos.
Não passa uma semana sem que as pessoas pelas quais lutamos – pessoas que sofreram graves violações de direitos humanos – nos escrevam para agradecer pelo empenho de nossos milhões de apoiadores. Pelas cartas que você escreveu, as ações que você tomou, e a poeira que levantamos a fim de obter justiça.
Quando Aung San Suu Kyi recebeu o prêmio Embaixadora de Consciência da Anistia Internacional em 2012, ela prestou homenagem aos inúmeros apoiadores da Anistia, que acreditaram que direitos humanos poderiam se tornar uma realidade em Myanmar. Mesmo quando os céticos achavam que nada era possível, milhares de pessoas como você continuaram a pressionar para que houvesse uma mudança.
Escreva por Direitos baseia-se em uma ideia essencial da Anistia, e está agora maior do que nunca – graças a você. Você enviou mais de dois milhões de cartas e mensagens no ano passado, mas tenho certeza de que podemos fazer ainda mais neste ano.
E isso não é um gesto inútil. Ao longo dos anos, as cartas que você escreveu fizeram com que prisioneiros de consciência fossem libertados. Você levou torturadores aos tribunais. E você fez com que pessoas na prisão fossem tratadas com mais humanidade. Com a sua ajuda, sei que podemos fazer tudo de novo.

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