terça-feira, 27 de agosto de 2013

Companheiro do contato de Snowden chega ao Rio após retenção em Londres













Rio de Janeiro, 19 ago (EFE).- O brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista a quem o ex-técnico da NSA Edwar
d Snowden entregou dados sobre a espionagem global dos Estados Unidos, chegou nesta segunda-feira ao Rio de Janeiro após ficar retido nove horas em Londres e pediu para o governo brasileiro reagir "com força" à sua detenção.
"Espero que o Senado esteja vendo isso e eu espero que eles façam alguma coisa, porque a gente sabe o que está acontecendo", disse Miranda em breves declarações aos jornalistas no aeroporto.
Miranda foi retido neste domingo durante cerca de nove horas no aeroporto Heathrow de Londres, quando se dispunha a viajar rumo ao Brasil.
Após ser informado sobre o incidente, o governo brasileiro emitiu uma nota em que manifestou sua "grave preocupação" frente à retenção "injustificável" de uma pessoa "contra a qual não pesam quaisquer acusações".
O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, reiterou hoje o mal-estar que a retenção de Miranda causou ao governo federal e disse que espera se comunicar nas próximas horas com seu colega britânico, William Hague.
"Esperamos que não volte a ocorrer nenhum incidente dessa natureza", disse Patriota a jornalistas.
A retenção de Miranda foi denunciada pelo jornal "The Guardian", no qual trabalha seu companheiro, Glenn Greenwald, jornalista que publicou no diário os primeiros documentos filtrados por Snowden sobre os programas secretos americanos de espionagem eletrônica.
O jornalista, que reside no Brasil, diz ter entre 15 mil e 20 mil documentos ainda não divulgados e que recebeu do ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, que está asilado na Rússia.
Ao receber Miranda no Aeroporto Internacional Tom Jobim, Greenwald disse aos jornalistas que não deixará de publicar os documentos que recebeu de Snowden, entre os quais mencionou alguns relativos ao Reino Unido, embora não tenha especificado seu conteúdo.
Segundo "The Guardian", a detenção de Miranda foi justificada com base em uma controvertido artigo da lei antiterrorista britânica que permite a detenção de suspeitos sem ordem judicial e sem permissão para que consultem a um advogado.
O diário acrescentou que, apesar de o brasileiro ter sido libertado, a polícia lhe reteve todas suas equipes eletrônicos, incluindo um celular, um laptop, uma câmera, cartões de memória, DVDs e até um videogame.
Antes de ser detido em Londres, Miranda visitou em Berlim a documentarista Laura Poitras, que trabalha com Greenwald e outros jornalistas do "Guardian" na análise dos documentos entregues por Snowden.
A retenção de Miranda foi condenada por diversos organismos de direitos humanos e, segundo Anistia Internacional (AI), "não tem nenhuma desculpa".
Em comunicado divulgado hoje, a AI opinou que Miranda "foi detido em violação de todo princípio de equidade", com o qual "se comprova que a lei pode ser abusiva por razões mesquinhas e vingativas". EFE

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