OS CÃES LADRAM E AS MÁSCARAS ROLAM
Ontem, 11 de julho, o "Dia Nacional de Lutas" promovido pelas Centrais Sindicais foi uma tentativa constrangedora de recuperar o tempo perdido frente às demonstrações populares de rua do mês de junho. Mas o que se viu foi uma demonstração do velho e carcomido protesto chapa branca, ou seja, uma paródia do que seria um protesto popular. Conforme os jornais noticiaram, "manifestantes" foram flagrados recebendo até R$ 70 para participar do ato sindical na Paulista. É assim que se faz a velha política: com o mensalinho, um tipo de mensalão universalizado ou -- quem sabe? -- "democratizado". Compra-se um "protesto" forjado, cujos objetivos podem esconder até interesses patronais, numa demonstração inequívoca de neo-peleguismo. Pautas são articuladas nos escritórios das lideranças, para não dizer maquinadas. Bandeiras, que nada protestam, funcionam apenas para exibir desejo de poder. Cartazes e faixas fabricadas exibem palavras de ordem vindas de cima. Dão vontade de rir. Parecem cenas saídas dos porões mofados da História. As máscaras não param de rolar neste país. Da velha maneira de "protestar", sobrou seu grande vazio. Que continuem rolando máscaras em abundância, seja nos palácios da nova elite seja nos escritórios das velhas lideranças. De repente, o passado chegou, e o antiquado esquerdismo oficialesco se vê atropelado pela exasperação da História, que nada perdoa.
Fonte João Silvério Trevisan
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