terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pena de morte para mulher causa comoção internacional


Pena de morte para mulher no Irã causa comoção internacional

10 de julho de 2010  17h12  atualizado às 17h39

comentários
43

A possibilidade de execução por apedrejamento da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, acusada e condenada por relacionamento ilícito fora do casamento no Irã, está gerando comoção internacional. Apesar de a embaixada iraniana em Londres ter negado na quinta-feira (8) que a mulher será apedrejada, manifestações de repúdio à ação persistem, assim como o temor de que a condenação ocorra de outra forma.
Ashtiani foi condenada em maio de 2006 por ter "relações ilícitas" com dois homens e recebeu uma pena de 99 chicotadas. Após a punição, voltou a ser acusada de adultério e condenada à morte por apedrejamento.
De acordo com o código penal iraniano, aprovado em 1991, e que estava em estudos para mudanças em 2009, o apedrejamento ocorre quando o homem trai uma mulher com quem é casado, já fez sexo e pode fazer sexo quando quiser, e quando a mulher trai um homem que a sustenta e com quem é casada, já fez sexo e é capaz de fazer novamente.
Um abaixo-assinado online, chamado Save Sakineh, reúne, de acordo com a organização do site, mais de 38 mil assinaturas até as 16h45 do sábado. Nomes como os cantores Chico Buarque, Caetano Veloso, Sting e Annie Lennox, o casal de atores Michael Douglas e Catherine Zeta Jones, a viúva do beatle John Lennon, Yoko Ono, a estilista Diane von Furstenberg e ativista iraniana Shirin Ebadi constam como signatários, mas não é possível comprovar a autenticidade das adesões.
A Anistia Internacional, de acordo com a edição de hoje do jornal americano Washington Post, teme que Ashtiani seja executada de outra maneira, lembrando que, no ano passado, três pessoas foram sentenciadas à morte no Irã por enforcamento em vez de serem apedrejadas.
Autoridades também se manifestaram em repúdio à condenação de Ashtiani. O governo britânico, Catherine Ashton, chefe da diplomacia da União Europeia, a ex-secretária de Estado americana Condoleezza Rice e o timorense José Ramos-Horta, Prêmio Nobel da Paz, condenaram o possível apedrejamento, segundo o jornal espanhol El País.
A mídia não ficou de fora a onda de reações. O jornal britânico The Guardian, em editorial na sexta-feira (9), se posicionou sobre o assunto. "A lição desse caso é que o Irã, que é um signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, deve ser desafiado a cada ocasião em que o apedrejamento é ameaçado de ser posto em prática, até retirar a punição de seu código penal", afirma a publicação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nova Iguaçu realiza Dia D Vacinação contra a gripe

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu (Semus) vai fazer, neste sábado (13), uma grande mobilização para participar do Dia D de Vaci...