quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Crivella faz piada com chuvas: Em São Paulo vão lançar o 'Balsa Família'

Crivella faz piada sobre a chuva no Rio em aeroporto, onde encontrou deputado Pedro Paulo, seu adversário na última eleição
Crivella faz piada sobre a chuva no Rio em aeroporto, onde encontrou deputado Pedro Paulo, seu adversário na última eleição Foto: Bernardo Mello Franco / O Globo
Bernardo Mello Franco e Martha Beck
Tamanho do textoA A A
A forte chuva que voltou a atingir o Rio na noite da quarta-feira e provocou transtornos em diversos bairros parece não ter incomodado Marcelo Crivella. De acordo com o blog de Bernardo Mello Franco, o prefeito do Rio, que novamente estava viajando durante o temporal, fez piada com a situação:
— Lá em São Paulo também tem enchente. Vão até lançar um programa novo: o Balsa Família!
Crivella estava em Brasília, onde foi pedir recursos ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para a realização de projetos sociais em áreas conflagradas pelo crime organizado. Ele só voltou ao Rio nesta quinta.
Durante o encontro com Meirelles o prefeito argumentou que a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro não é suficiente e que é preciso investir também na área social. O ministro da Fazenda não se comprometeu em liberar recursos para o município, mas pediu que o Tesouro Nacional estude a proposta para ver se é possível firmar algum tipo de cooperação técnica. Segundo interlocutores da área econômica, durante o encontro, Crivella teria dito a Meirelles que seu objetivo não é conseguir recursos para a construção de “estádio para Copa do Mundo” e sim para o combate à violência e o atendimento à população.
VIAGEM A EUROPA
Ele chegou a postar um vídeo em suas redes sociais para dizer que estava acompanhando a situação, mas foi duramente criticado. Na volta, ele fez um novo vídeo para dizer que a cidade tinha suportado bem o temporal. Mas uma semana após a chuva, centenas de famílias permanecem sem luz e água, e um idoso morreu porque o equipamento que o mantinha vivo ficou sem energia. Algumas pessoas também estão desalojadas.
A cúpula da prefeitura ficou insatisfeita com a reação da Comlurb no temporal, e o presidente do órgão - o quarto em um ano - foi substituído.Os garis só começaram a trabalhar por volta das 4 da manhã, mais de duas horas após o início das chuvas. Devido ao atraso, não foi possível deslocar a tempo equipes para remover árvores caídas que obstruíam vias ou o lixo acumulado que impedia que a água escoasse em corredores de tráfego importantes, antes que começassem a ser tomados pelo tráfego pesado durante o dia. Uma das áreas críticas que só pode ser coberta somente pela manhã, foi a Avenida Brasil.
Fonte. Jornal Extra

Médicos da Atenção Básica participam de curso gratuito no Cisbaf

 BAIXADA
 

 
Identificar os primeiros sinais e sintomas das doenças do coração. Esse foi o principal objetivo da capacitação promovida pelo Cisbaf, através do Núcleo de Educação Permanente, para médicos da Estratégia de Saúde da Família dos municípios da Baixada Fluminense. O curso, realizado no dia 19, na sede do consórcio, faz parte de uma ampla programação a ser realizada ao longo do ano.
Adotando uma abordagem simples e ilustrando a apresentação citando casos comuns nas unidades básicas de saúde, a coordenadora do NEP Baixada, Dra. Sonia Zimbaro, conduziu a aula promovendo também a interação dos profissionais, solicitados a responder o tipo de conduta médica mais apropriada para as situações exibidas.
– Nosso intuito é atualizar, ampliar o conhecimento e fazê-los refletir sobre as questões que se apresentam no dia a dia da unidade. Esses médicos não são especialistas, mas sabemos que a maioria dos casos pode ser resolvida na atenção básica e, através das capacitações, mostramos para eles as ferramentas, os conceitos técnicos básicos fundamentais que viabilizem a análise, o diagnóstico rápido e o acompanhamento do paciente, evitando, dessa maneira, o encaminhando desnecessário ao especialista ou o agravamento do quadro de saúde – enfatiza Zimbaro.
Abel Fernández Giralt é médico da equipe da ESF – Estratégia Saúde da Família do PSF Jacutinga, em Mesquita. Ele acredita que, “como a medicina é um processo dinâmico”, o conhecimento permanente é fundamental. Ele atua na ESF há dois anos, e avalia o curso com especialistas como uma possibilidade de ampliar o aprendizado, pois melhora o seu trabalho, a parte técnica terapêutica e as condutas adotadas. “Esse é um espaço que enriquece a experiência individual, e aperfeiçoa a parte técnica e prática”, conclui.
A médica do PSF Vila Nova, em São João de Meriti, Alessandra Silva de Souza, participa pela primeira vez de um curso no Cisbaf e ficou bastante satisfeita. “A capacitação nos atualiza sobre novos procedimentos, medicamentos e procedimentos que venham ajudar na assistência à população. Gostei bastante desse curso e pretendo participar dos demais ao longo do ano porque para mim a atenção básica é importantíssima. É na atenção básica que o médico tem a chance de identificar doenças e evitar a sua complicação.”
Para a médica Michelle Maria Caroline, da Unidade Delamare, em Japeri, os cursos promovidos pelo NEP/Cisbaf são tão importantes que é o terceiro a se inscrever. Ela acredita que os cursos fortalecem a atuação dos médicos na ponta do atendimento. E acrescenta que as informações técnicas recebidas, norteiam os procedimentos e dão maior segurança ao profissional no momento de orientar o paciente.
Fonte.  Jornal ZM noticias

O estranho caso do mergulhador cujo corpo começou a inchar inexplicavelmente

artilhe este post com Facebook



Willy no Centro Médico Naval
Image captionAlejandro Ramos, o 'Willy', convive com seu corpo inchado há quatro anos | Foto: Feliciano Herrera

Alejandro Ramos não chega a ter 1,60 metro de altura, mas usa camisetas que poderiam ser de uma pessoa bem maior. Seus ombros mal cabem nas mangas ou nas da jaqueta azul que um amigo adaptou com tecido da mesma cor para que seus braços pudessem entrar.
Ramos, ou Willy, como é chamado por sua família, mostra o presente com orgulho no quarto que ocupa no Centro Médico Naval, na capital do Peru, Lima, desde dezembro, quando a Marinha decidiu estudá-lo.
Seu caso é inédito na história do mergulho, atividade que pratica em sua profissão. Há quatro anos, minutos após ter emergido da água, seu corpo começou a inchar, mantendo-se assim desde então.
Dos cotovelos para baixo, seus braços poderiam ser os de qualquer outro homem de 56 anos saudável. São seus bíceps, com 62 e 72 cm de circunferência, que atraem os olhares e fazem com que ele tenha vergonha de sair na rua.
As protuberâncias se fundem com seus ombros. Seu peitoral inflado cai sobre seu estômago – suas costas, cintura e coxas também têm um volume maior do que o normal. Ao fator estético, somam-se a dor nos ossos e o chiado em seu peito toda vez que respira.

Willy é examinado por médico no hospital
Image captionApós três anos sem tratamento, o Centro Médico Naval estuda agora seu caso | Foto: Feliciano Herrera

Até a bexiga aguentar

Willy está convencido de que tudo isso são sequelas de um acidente de trabalho no fim de 2013, enquanto mergulhava a mais de 30 metros de profundidade em busca de mexilhões presos a penhascos e barrancos submarinos.
Os mergulhadores como ele trabalham de forma artesanal e passam horas desprendendo e coletando os moluscos antes de voltar à superfície. O tempo que passam submersos em meio a frias correntes marítimas é determinado por sua "necessidade de urinar", como explicam vários profissionais de Pisco, cidade pesqueira 230 km ao sul da capital peruana, Lima.
Willy diz que aguentava por até oito horas. "Subia para urinar às vezes, mas achava que era uma perda de tempo", recorda-se. Esvaziar a bexiga a tal profundidade não é uma opção quando se usa um traje feito com câmaras de pneus de caminhão.

Mexilhões
Image captionWilly trabalhava como mergulhador na pesca de mexilhões | Foto: Ridjin

Os mergulhadores mais jovens preferem usar roupas de neoprene, que custam em média US$ 200 (R$ 650), mas, para um pescador de mexilhões, elas não duram nem quatro meses, segundo Enrique Quino, um artesão de Pisco que desmonta rodas para fabricar os trajes de borracha, pelos quais cobra US$ 183 (R$ 596) e que, segundo ele, duram por três ou quatro anos.
O traje é composto por uma jaqueta e uma calça tão grandes que dentro cabem o pescador e várias outras camadas de roupas de frio. Inclui pés de pato, máscara e um cinto de chumbo que os ajuda a afundar.

Willy e Enrique Quino mostram traje de borracha
Image captionO mergulhador usava um traje feito com borracha de pneu de caminhão | Foto: V. M. Vásquez

O acidente

Assim estava vestido Willy quando, quase ao final de sua jornada de trabalho, ele notou que a mangueira em sua boca havia começado a roubar seu ar em que vez de fornecê-lo. "Todo mergulhador sabe o que isso significa."
Um mergulhador nunca sai sozinho para pescar. Tripulantes vários metros acima de sua cabeça se encarregam de receber o produto coletado e colocar gasolina em uma máquina a cada 90 minutos.
O equipamento comprime o ar e o envia ao mergulhador por meio de uma mangueira. A maioria dos pescadores de marisco peruanos não usa reguladores, um acessório que garantiria de 10 a 15 minutos de oxigênio em caso de emergência.
Naquela tarde, uma lancha se aproximou demais da embarcação de Willy, em que seu filho e um colega esperavam por ele. A hélice deste barco rompeu a mangueira e obrigou o mergulhador a subir 36 metros de uma só vez. Um trajeto de poucos minutos que podia ter lhe custado a vida.

Pescadores em PiscoDireito de imagemAFP
Image captionPisco é uma cidade pesqueira localizada a 230 km ao sul de Lima

O perigo do nitrogênio

"Quando mergulhamos, estamos a uma pressão maior, o que faz com que o ar e o oxigênio sofram mudanças físicas", explica Raúl Alejandro Aguado, médico subaquático do Centro Médico Naval.
O ar é 78% composto por um gás que o corpo humano não usa: o nitrogênio. A pressão no fundo do mar faz com que ele se dissolva e se abrigue no tecido adiposo. Mas, no retorno à superfície, o nitrogênio entra no sistema sanguíneo, onde começa a voltar a seu estado gasoso.
Por isso, um mergulhador deve subir em etapas, com paradas de tempos em tempos. Uma subida rápida pode gerar bolhas de nitrogênio grandes demais, que podem obstruir a circulação sanguínea e gerar uma síndrome de descompressão.
Por sua vez, uma subida mais lenta dá ao gás tempo suficiente para viajar pelos vasos enquanto ainda tem pouco volume até chegar aos pulmões, por onde são expelidos do organismo. Há tabelas que indicam quantos minutos ou até mesmo horas que devem dedicar à subida em função do tempo e da profundidade a que ficaram submersos.

Willy na praia
Image captionA princípio, os médicos pensavam que a causa do problema seria nitrogênio preso em seu corpo | Foto: V. M. Vásquez

Não seguir isso pode fazer com que o nitrogênio se expanda em locais como os ossos, gerando necrose, a morte de um tecido por falta de irrigação. Esse mal pode ser identificado por sintomas como inchaço, dores de cabeça e cansaço. Em casos mais graves, pode causar acidentes cardiovasculares que podem deixar uma pessoa paralisada e até matá-la.

42 metros abaixo d'água

Willy perdeu uma das pernas aos 30 anos, pouco depois de ter decidido seguir os pais e trabalhar com a pesca submarina. "Mas isso é normal acontecer com mergulhadores", afirma.
Naquela época, seus colegas o chamavam de pampito, porque ele não se atrevia a ir muito fundo (os pescadores peruanos chamam de pampa a parte mais rasa). "Mas meu fiho mais velho era asmático. Respirava com dificuldade", conta.
Ele começou a ir mais fundo nas águas de Pisco para encontrar mais mexilhões e pagar pelo tratamento do menino, já que não tinha um plano de saúde. "Na época do meu pai, todas as ilhas de Pisco tinham mexilhões. Não era preciso ir além de 14 metros de profundidade. Agora, só os encontramos partir dos 25 metros", lamenta.

Pescadores vendem suas mercadorias no porto de Pisco
Image captionMergulhar e pescar frutos do mar são apenas uma parte do trabalho: é preciso vendê-los | Foto: V. M. Vásquez

Mas, às vezes, é preciso ir mais fundo, chegando a 42 metros. "Temos que nos arriscar, senão não faturamos."

'Deformado', mas vivo

No dia do acidente, quando Willy por fim chegou à superfície, teve de recorrer a uma manobra de emergência: voltar a submergir à mesma profundidade e subir respeitando as paradas de segurança. "É como retomar uma descompressão que não foi feita", explica Aguado. "Ajuda um pouco... mas não é algo muito seguro, porque, se o mergulhador ficar inconsciente na água, pode se afogar."
O pescador assumiu o risco e afundou novamente no mar com um compressor emprestado por um lancha próxima. Mas os tripulantes deste barco estavam impacientes. Haviam terminado sua jornada de trabalho e queriam ir ao porto vender sua mercadoria.

Barcos no porto de Pisco
Image captionÉ comum encontrar no porto outros pescadores com sequelas deixadas pela síndrome de descompressão | Foto: V. M. Vásquez

A pressa falou mais alto que a solidariedade, e eles foram embora, deixando Willy sem um compressor. Assim, ele só pôde completar os primeiros 30 minutos das duas horas que, segundo as tabelas de descompressão, deveria ter dedicado à subida.
Ele chegou ao hospital de Pisco "inchado como uma batata", recorda-se. "Foi um milagre eu ter me salvado. Agradeço a Deus que, bem, fiquei deformado, mas estou vivo... Ainda que, às vezes, eu fique triste porque não queria estar nesta situação."

Um tratamento às cegas

Willy tentou buscar uma cura para seu inchaço nos primeiros meses após o acidente, mas não pôde pagar por ela por muito tempo. Os médicos nunca haviam visto um caso parecido e pediram que ele fizesse uma ressonância magnética para ver o que havia sob a grande massa que fez seu peso corporal aumentar em 30 kg. Mas é um exame caro e que deve ser feito em uma parte do corpo por vez.

Homem mostra cinto de chumbo
Image captionOs mergulhadores usam um cinto de chumbo para conseguir submergir | Foto: V. M. Vásquez

Só em seu ombro, custaria ao menos US$ 150 (R$ 488), um valor muito alto para alguém que não tem renda. Mesmo com um emprego, ele teria dificuldades para pagar: como mergulhador, não ganhava mais do que US$ 30 (R$ 97) por dois dias de trabalho.
Sem a ressonância, os médicos com que ele se consultou trabalharam às cegas e atribuíram a inflamação a problemas de descompressão e receitaram o tratamento tradicional: a câmara hiperbárica.

Oxigênio como remédio

Mergulhadores sabem que a melhor arma contra a síndrome de descompressão é uma cabine onde a pressão atmosférica é elevada e se respira oxigênio. Assim, o gás consegue alcançar as zonas afetadas aonde não podia chegar de forma natural.
O Hospital San Juan de Dios de Pisco tem duas câmaras doadas por um consórcio de empresas para beneficiar os mergulhadores da região, mas o preço das sessões de tratamento é um impeditivo para eles.

Câmara hiperbáricaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAs câmaras hiperbáricas são a melhor arma contra os problemas de descompressão

Pedro Espinoza Aguilar, um mergulhador de 58 anos que segue trabalhando mesmo após ter ficado com sequelas de uma síndrome de descompressão, admite que a câmara traz um alívio momentâneo à dor nos ossos. "Mas é muito caro. E vivemos com o que ganhamos no dia. Se você trabalha, tem dinheiro. Se não trabalha, não tem."
A maioria dos mergulhadores pensa como ele, então, só recorrem à câmara hiperbárica em casos de emergência. Willy, que já não pode trabalhar, diz que cobravam US$ 25 (R$ 81) por sessão. Seu médico convenceu o hospital a dar a eles sessões grátis, mas era uma tarefa difícil. "Nem por ser um caso inédito queriam me atender (gratuitamente)", queixa-se.

'Está horroroso'

Ainda que possa deixar sequelas, a síndrome de descompressão nunca é algo crônico, afirma Aguado. O corpo de Willy deveria ter voltado ao normal pouco tempo após o acidente. Ao ver que os médicos não sabiam o que se passava e que investigar sairia muito caro, ele começou a ficar desanimado.

Willy caminha em um parque
Image captionWilly evitou por muitos anos sair na rua por vergonha de seu corpo | Foto: V. M. Vásquez

Ele ficou ainda mais arrasado quando recebeu uma ligação de uma antiga namorada: "Ei, vi você no hospital. Você está horroroso, o que aconteceu? Nossa, que pena". "A gente paga pelo que a gente faz, o mundo dá voltas", diz o mergulhador, que décadas antes planejava se casar com a mulher – até deixá-la por outra. "Ela deve estar feliz, porque eu agora estou assim..."
Sua ex-namorada havia visto fotos de Willy expostas no corredor do hospital para explicar o que era a síndrome de descompressão. Segundo ele, sem sua permissão. A instituição não respondeu aos questionamentos sobre esse ponto.
Após a conversa, o mergulhador entrou em crise e não quis mais sair na rua. "Por três anos, várias pessoas me ligaram para dizer que eu tinha virado um monstro, que estava deformado. Fiquei deprimido. As pessoas te chamam de certas coisas, sentem pena... Passaram algumas ideias pela minha cabeça."

Willy na porta da casa de um amigo
Image captionO mergulhador diz que hoje sente-se melhor com sua condição e não se importa de ser visto em público em sua cidade | Foto: V. M. Vásquez

Descompressão ou tumor?

Willy só se deixava ser visto em público quando visitava seus irmãos ou ía à praia nas horas menos movimentadas para ver o mar. "Quase não saio de casa, porque sinto vergonha quando as pessoas param para me olhar como se eu fosse um animal raro", disse ele em uma conversa por telefone em setembro passado.
Agora que médicos estudam seu caso, ele garante ter recebido uma "injeção de ânimo" e que a "psicose" passou. Sua aparição em um programa de TV peruano fez o Centro Médico Naval conhecer sua situação e oferecer tratamento gratuito.
Nas últimas semanas, Willy fez as ressonâncias magnéticas, ultrassons e exames de medicina nuclear de que tanto precisava. Ele está sendo tratado apenas para as dores por enquanto, porque os médicos não estão certos de que seu problema foi causado pelo acidente de mergulho e buscam um diagnóstico mais preciso.

MergulhadoresDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOs mergulhadores precisam fazer paradas de segurança ao retornar à superfície para não ter problemas de descompressão

Segundo os primeiros resultados, o que gera as deformações não seria o gás preso em seu corpo, como se pensava até agora, mas a gordura que se desenvolve em sua hipoderme, a camada mais profunda da pele, explica Aguado.
O médico acredita que seria "imprudente" adiantar conclusões, mas admite que pode se tratar de uma espécie de tumor no tecido adiposo. "Se for assim, pode ser uma enfermidade congênita que não havia se manifestado até o acidente, coincidentemente."
Outra possibilidade "mais remota", diz, é que seja uma "sequela de mergulho nunca antes vista". Mas já se concluiu que o mergulhador precisa de uma cirurgia em seu quadril, porque a necrose dos ossos dessa região está muito avançada.
Ele será operado gratuitamente, mas precisa obter a prótese por conta própria. Willy tem esperança que uma ONG ou empresa façam uma doação ao saber de seu caso.

O fim de uma carreira

Enquanto isso, o mergulhador aproveita os dias livres que os médicos lhe dão de vez em quando para ir a Pisco para ficar com sua família e ir ao porto, onde relembra seus dias dentro do mar. Faz isso às segundas, quartas ou sextas-feiras, dias em que pescadores vão ali vender suas mercadorias.
Entre caixas repletas de mexilhões, mariscos e caranguejos, é possível ver Willy caminhando com dificuldade, ainda que não seja o único nesta situação. À medida que a tarde avança, se reúnem ali mergulhadores aposentados que carregam sequelas da síndrome de descompressão.
Vão ao porto mendigar dinheiro ou um pouco de frutos do mar para vender e ter alguma renda, já que sua profissão não confere a eles o direito a uma pensão ao se aposentar. "É assim que nós, mergulhadores, terminamos, porque o Estado não se preocupa com a gente", lamenta Willy.
Ele tem a sorte de poder contar com seus irmãos, que o ajudam e o sustentam. Mas, ainda assim, ele sonha em voltar a mergulhar. "Quero continuar a fazer isso, porque, além de ser minha fonte de renda, era meu hobby. Amo mergulhar."
Fonte. BBC BRASIL

Bombardeio na Síria teria deixado 250 mortos, segundo ONG


Criança caminha perto de construções danificadas por ataques na cidade de DoumaDireito de imagemREUTERS
Image captionCriança caminha perto de construções destruídas por ataques na cidade de Douma; ONU pediu cessar-fogo para ajuda humanitária

O número de mortos em dois dias de bombardeios pelo governo da Síria a uma região controlada por rebeldes já chega a 250, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (SOHR, na sigla em inglês).
Dentre as vítimas fatais, segundo o observatório, estariam mais de 50 crianças. Os ataques por ar e artilharia atingiram o leste de Ghouta, região nos arredores da capital síria, Damasco.
Ainda segundo a organização, baseada no Reino Unido, é o número mais alto de mortes em 48 horas desde o ataque químico em 2013 que deixou mais de 1.200 pessoas feridas, também em Ghouta.
Já as Nações Unidas advertiram que a situação está "fugindo do controle" e, segundo um porta-voz, pelo menos seis hospitais da região foram atingidos entre segunda e terça-feira.
O exército sírio não comentou os registros de mortes no leste de Ghouta, mas confirmou ter feito "ataques de precisão".

O que está acontecendo em Ghouta?

Forças pró-governo, apoiadas pela Rússia, intensificaram os esforços para retomar o último grande reduto dos rebeldes na Síria na noite de domingo.
Segundo organizações que atuam no local, pelo menos dez cidades e aldeias da região foram alvo de um novo bombardeio nesta terça-feira.
A ONU pediu um cessar-fogo para que a chegada de ajuda humanitária e evacuação de feridos.

Paciente ensanguentado em hospital na SíriaDireito de imagemREUTERS
Image captionAlém de centenas de mortos e feridos, hospitais em Ghouta também tiveram funcionamento afetado por danos estruturais após bombardeios

Quão ruim é a situação?

Um médico local disse à União das Organizações de Cuidados Médicos (UOSSM, na sigla em inglês) que a situação em Ghouta é "catastrófica".
"As pessoas não têm para onde se voltar", disse ele. "Elas estão tentando sobreviver, mas a fome decorrente do cerco as enfraqueceu significativamente".
O coordenador da ONU na Síria, Panos Moumtzis, disse que ficou "consternado" ao saber de relatos de que hospitais teriam se tornado alvos deliberadamente, alertando que tais ataques podem configurar crimes de guerra.
Além disso, desde novembro, o governo permitiu a entrada de apenas um comboio de ajuda humanitária no leste de Ghouta - o que agrava a escassez de alimentos por ali.

Criança ferida sentada perto de documentos e outros pacientes hospitalizadosDireito de imagemEPA
Image captionCrianças em Ghouta são vítimas não só dos bombardeios, mas também da desnutrição

Um pedaço de pão agora é 22 vezes mais caro do que em todo o país e 12% das crianças com menos de cinco anos estão com desnutrição aguda.
O leste de Ghouta é dominado pela facção islâmica Jaysh al-Islam. Mas a Hayat Tahrir al-Sham, uma aliança jihadista com origens ligadas à al-Qaeda, também ocupa a região.

O que mais está acontecendo na Síria?

Nesta terça-feira, forças pró-governo entraram no enclave curdo de Afrin, ao sul da fronteira turca.
A Turquia está tentando expulsar as milícias curdas, que têm autonomia parcial na área e pediram ajuda às força militares sírias.
A Síria classificou a ofensiva turca como um "ataque flagrante" à sua soberania - mas a Turquia insistiu que não vai recuar.
As forças do governo sírio também estão realizando ofensivas na província de Idlib, no noroeste do país.
Segundo a ONU, mais de 300 mil pessoas foram deslocadas pelos combates em Idlib desde dezembro.

Nova Iguaçu realiza Dia D Vacinação contra a gripe

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu (Semus) vai fazer, neste sábado (13), uma grande mobilização para participar do Dia D de Vaci...